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IMUNOLOGIA – CAPÍTULO DOZE
IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS:
Interações célula-célula em respostas imunes específicas
Dr.
Gene Mayer
Professor Emeritus
University of South Carolina School of Medine
Tradução:
PhD. Myres Hopkins
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EM INGLÊS |
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DR MYRES HOPKINS |
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL |
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Editado e ilustrado por
Dr Richard Hunt
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OBJETIVOS
1.Discutir o papel central das células Th nas respostas imunes
2.Descrever as interações célula-célula que ocorrem nas: (i) respostas
de anticorpos a antígenos dependentes de células T, (ii) gênese das
células T citotóxicas, e (iii) ativação de macrófagos e células NK.
3. Discutir os mecanismos de morte por células T citotóxicas e células
NK
4. Discutir respostas a antígenos independentes de T.
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PAPEL CENTRAL DAS CÉLULAS TH NAS
RESPOSTAS IMUNES
Como mostrado na Figura 1, depois que as células Th reconhecem um antígeno
específico apresentado por uma APC, elas podem iniciar vários processos imunes
centrais. Eles incluem: 1) seleção dos mecanismos efetores apropriados (ex.
Ativação de células B ou geração de Tc); 2) indução da proliferação das células
efetoras apropriadas e 3) aumento da atividade funcional de outras células (ex.
Granulócitos, macrófagos, células NK).
Há três subpopulações de células Th: Células Th0, Th1 e Th2. Quando células não
iniciadas Th0 encontram um antígeno em tecidos linfóides secundários, elas são
capazes de se diferenciar em células inflamatórias Th1 ou em células auxiliares
Th2, que podem ser distinguidas pelas citocinas que elas produzem (Figura 2). Se
uma célula Th0 se torna uma Th1 ou uma Th2 depende das citocinas no meio, que
são influenciadas pelo antígeno. Por exemplo, alguns antígenos estimulam a
produção de IL-4 o que favorece a geração de células Th2 enquanto que outros
antígenos estimulam a produção de IL-12, que favorece a geração de células Th1.
Células Th1 e Th2 afetam células diferentes e influenciam o tipo da resposta
imune, como mostrado na Figura 3. Citocinas produzidas pelas células Th1 ativam
macrófagos e participam na geração de células Tc, resultando em uma resposta
imune mediada por células. Contrariamente, citocinas produzidas pelas células
Th2 ajudam a ativar células B, resultando na produção de anticorpos. Além disso,
citocinas Th2 também ativam granulócitos. Igualmente importante, cada
subpopulação pode exercer influências inibitórias uma em relação à outra. IFN-γ
produzido pelas células Th1 inibem a proliferação de células Th2 e Il-10
produzida pelas células Th2 inibe a produção de IFN-γ pelas células Th1. Além
disso, embora não mostrado, IL-4 inibe a produção de células Th1. Assim, a
resposta imune é dirigida ao tipo de resposta que é requerida para lidar com o
patógeno encontrado – respostas mediadas por células para patógenos
intracelulares ou respostas humorais contra patógenos extracelulares.
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PALAVRAS-CHAVE
Células Th1
células Th2
modêlo do carreador-hapteno
CD28
B7
CD40
ligante CD40
CD5
células B1
células B2
LTC
ligante Fas
Perforina
Granzimas
Caspases
IFN-γ
Ativação |
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Figura 1
Células
Th estão no centro da imunidade mediada por células. As células apresentadoras
de antígenos apresentam antígenos à célula T auxiliar (Th). A célula Th
reconhece epitopos específicos que são selecionados como epitopos-alvos.
Mecanismos efetores apropriados estão agora determinados. Por exemplo, células
Th auxiliam as células B a fazerem anticorpos e também ativam outras células. Os
sinais de ativação produzidos por células Th são citocinas (linfocinas) mas
citocinas similares feitas pelos macrófagos e outras células também participam
neste processo.
Figura
2 Diferenciação da células Th murinas. Células Th do rato se diferenciam em sub-sistemas
que sintetizam padrões diferentes de linfocinas. Isso também ocorre em humanos
Figura
3
Seleção
de mecanismos efetores pelas células Th1 e Th2. Além de determinar várias vias
efetoras em virtude da sua produção de linfocina, células Th1 desligam as
células Th2 e vice-versa
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Figura 4
Moléculas envolvidas nas interações de células B e TH
Antígeno
é processado pela célula B. Co-estimuladores são expressos. O peptídio
antigênico processado
é
apresentado em associação com antígenos de MHC classe II. A célula T
reconhece o peptídio juntamente com o antígeno de MHC e os co-estimuladores.
A célula T expressa o ligante CD40. Este último se liga ao antígeno CD40
na célula B e as células B se dividem e se diferenciam. Anticorpos são
produzidos pela célula B
Figura 5
Cooperação de células na resposta imune
Células apresentadoras de antígenos (ex. células dendríticas) apresentam
antígenos processados a células T virgens, iniciando-as. Células B
também processa o antígeno e o apresenta às células T. Elas então
recebem sinais das células T que fazem com que elas se dividam e se
diferenciem.
Algumas células B formam células formadoras de anticorpos, enquanto
algumas formam células B de memória.
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INTERAÇÕES CÉLULA-CÉLULA EM
RESPOSTAS POR ANTICORPOS A ANTÍGENOS EXÓGENOS DEPENDENTES DE CÉLULAS T
Modêlo do carreador-hapteno
Historicamente, uma das mais importantes
descobertas em imunologia foi que células T e células B eram necessárias
para a produção de anticorpos para uma proteína complexa. Uma grande
contribuição para a nossa compreensão deste processo veio de estudos de
formação de anticorpos anti-hapteno. Estudos com conjugados
carreador-hapteno estabeleceram que: 1) Células Th2 reconheceram os
determinantes em carreadores e células B reconheceram os determinantes em
haptenos; 2) interações entre células B hapteno-específicas e células Th
carreador-específicas apresentavam restrição ao MHC; e 3) Células B podem
atuar tanto no reconhecimento como na apresentação do antígeno.
Células B ocupam uma posição especial nas respostas imunes porque elas
expressam imunoglobulina (Ig) e moléculas de MHC classe II na sua superfície.
Elas são portanto capazes de produzir anticorpos que têm a mesma
especificidade que é expressa pelos seus receptores de imunoglobulina; além
disso elas podem funcionar como uma célula apresentadora de antígeno. Em
termos do modêlo conjugado carreador-hapteno, acredita-se que o mecanismo
seja o seguinte: o hapteno é reconhecido pelo receptor de Ig, o
carreador-hapteno é trazido para o interior da célula B, processado, e os
fragmentos peptídicos da proteína carreadora são apresentados à célula T
auxiliar. A ativação da célula T leva à produção de citocinas que fazem com
que as células B hapteno-específicas se tornem ativadas para produzir
anticorpos solúveis anti-hapteno. A figura 4 sumariza as interações que
ocorrem entre célula B e célula T.
Observe que há sinais múltiplos emitidos às células B neste modêlo de
interação de células Th2-célula B. Como no caso da ativação de células T
onde o sinal derivado do reconhecimento pelo TCR de uma molécula
peptídio-MHC que foi por si só insuficiente para a ativação da célula T, o
mesmo acontece para a célula B. A ligação de um antígeno ao receptor de
imunoglobulina libera um sinal para a célula B, mas este é insuficiente.
Sinais secundários liberados pelas moléculas co-estimulatórias são
necessários; o mais importante destes é CD40L na célula T que liga a CD40 na
célula B para iniciar a liberação de um segundo sinal.
Respostas humorais primárias
Células B não são as melhores células
apresentadoras de antígenos em uma resposta humoral primária; células
dendríticas ou macrófagos são mais eficientes. Entretanto, com algumas
poucas modificações o modelo carreador-hapteno de interações célula-célula
descrito acima também se aplica para interações em uma resposta humoral
primária (Figura 5). Em uma resposta primária a célula Th2 encontra primeiro
o antígeno apresentado pelas células dendríticas ou macrófagos. A célula Th2
“iniciada” pode então interagir com células B que encontraram antígeno e
estão apresentando peptídios em associação com moléculas de MHC classe II.
As células B ainda requerem dois sinais para a ativação – um sinal é a
ligação do antígeno à Ig de superfície e o segundo sinal vem do acoplamento
CD40/ligante CD40 durante a interação célula-célula de Th2/B. Além disso,
citocinas produzidas pelas células Th2 ajudam as células B a proliferarem e
se diferenciarem em plasmócitos secretores de anticorpos.
Respostas humorais secundárias
Como consequência da resposta primária,
muitas células de memória T e células B são produzidas. Células B de memória
têm um receptor de Ig de alta afinidade (devido à maturação de afinidade),
que os permite ligar e apresentar antígeno em concentrações muito menores do
que é necessário para macrófagos ou células dendríticas. Além disso, células
T de memória são mais facilmente ativadas do que células T não iniciadas.
Assim, interações celulares B/Th são suficientes para gerar respostas
humorais secundárias. Não é necessário (embora possa ocorrer) “iniciar”
células Th de memória com antígenos apresentados pelas células dendríticas
ou macrófagos.
Mudança de classe
Citocinas produzidas por células Th2 ativadas
não apenas estimulam a proliferação e diferenciação de células B, elas
ajudam a regular a classe do anticorpo produzido. Diferentes citocinas
influenciam a mudança para classes diferentes de anticorpos com diferentes
funções. Dessa forma a resposta humoral é desenhada para se ajustar ao tipo
de patógeno encontrado (ex. Anticorpos IgE para infecções parasitárias por
vermes). A Tabela 1 mostra os efeitos de diferentes citocinas na classe de
anticorpo produzido.
Citocina
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IgG1
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IgG2a
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IgG2b
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IgG3
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IgA
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IgE
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IgM
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IL-4
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Induz
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Inibe
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Inibe
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Induz
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Inibe
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IL-5
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Aumenta a produção
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IFN-gamma
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Inibe
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Induz
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Induz
|
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Inibe
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Inibe
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TGF-beta
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Induz
|
Inibe
|
Induz
|
|
Inibe
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Regulação isotípica por citocinas
de células T murinas.
Certas citocinas induzem (verde) ou inibem (rosa) a produção de certos
isotipos de anticorpos. Inibição em sua maioria resulta de mudança para
um isotipo diferente.
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Tabla 1 |
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INTERAÇÕES CÉLULA-CÉLULA EM RESPOSTAS HUMORAIS A
ANTÍGENOS EXÓGENOS INDEPENDENTES DE CÉLULAS T
Respostas humorais a antígenos independentes de
células T (T-independentes) não requerem interações célula-célula. A natureza
polimérica desses antígenos permite a ligação cruzada de receptores de antígenos
em células B resultando na ativação. Não ocorre resposta secundária, maturação
de afinidade ou mudança de classe. Respostas a antígenos T-independentes são
devidas à ativação de uma subpopulação de células B chamada células CD5+ B (também
chamadas células B1), que as distinguem das células B convencionais que são CD5-
(também chamadas células B2).
Células CD5+ (B1)
Células CD5+ são as primeiras células B a aparecerem na
ontogenia. Elas expressam IgM de superfície mas muito pouco ou nenhum IgD e
elas produzem primariamente anticorpos IgM de genes da linhagem germinativa
minimamente e somaticamente mutados. Anticorpos produzidos por essas células
são de baixa afinidade e são frequentemente poli-reativos (ligam múltiplos
antígenos). A maioria das IgM no soro é derivada de células B CD5+. Células
B CD5+ não produzem células de memória. Uma característica importante dessas
células é que elas se auto-renovam, contrariamente às células B
convencionais que precisam ser substituidas na medula óssea. Células B CD5+
são encontradas em tecidos periféricos e são a célula B predominante na
cavidade peritoneal. Células B1 são uma defesa importante contra muitos
patógenos bacterianos que caracteristicamente têm polissacarídeos nas suas
paredes celulares. A importância dessas células na imunidade é ilustrada
pelo fato de que muitos indivíduos com defeitos em células T ainda são
capazes de resistir a muitos patógenos bacterianos.
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Figura 6
Células LTC se diferenciam em resposta ao antígeno. Para se
diferenciarem em linfócitos T citotóxicos funcionais, pre-CD8+ LTCs
devem receber dois sinais diferentes. Primeiro, eles devem reconhecer o
antígeno apresentado por células expressando MHC-I (as células
estimuladoras) e, segundo, eles devem ser estimulados por citocinas.
IL-2, interferon-gama e outros são feitos pelas células T auxiliares
CD4+como resultado da interação destas com células apresentadoras de
antígeno expressando MHC classe II. Como resultado desses dois sinais,
as pré LTC se diferenciam em uma LTC ativa que vai lisar as
células-alvos que carreiam o mesmo antígeno. Adaptado
de Abbas, et. al. Cellular and Molecular Immunology. 3rd Ed., p.
292.
Figura 7
Morte de células-alvos por LTCs mediada por Fas e TNF
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INTERAÇÕES CÉLULA-CÉLULA em
imunidade mediada por células (geração de células Tc em resposta a antígenos
endógenos no citosol)
Linfócitos T citotóxicos não estão totalmente maduros quando eles deixam o timo.
Eles têm um TCR funcional que reconhece antígeno, mas eles não lisam uma
célula-alvo. Eles precisam diferenciar-se em células efetoras totalmente
funcionais. Células citotóxicas diferenciam-se a partir de uma "pré-LTC" em
resposta a dois sinais:
Antígeno específico associado com MHC classe I, em uma célula estimuladora
Citocinas produzidas por células Th1, especialmente IL-2, e IFN-gama. Isto é
mostrado na Figura 6.
Aspectos da lise mediada por LTC
-
A morte por LTC é antígeno-específica. Para ser morta por uma LTC, a
célula-alvo deve carregar o mesmo antígeno associado a MHC classe I que disparou
a diferenciação do pré-LTC.
-
A morte por LTC requer contato celular. LTCs são estimuladas a matar quando
elas reconhecem o antígeno alvo associado com uma molécula de MHC de superfície.
Células adjascentes desprovidas do alvo apropriado antígeno-MHC não são afetadas.
-
LTCs não são comprometidas quando elas lisam as células-alvos. Cada LTC é
capaz de matar sequencialmente inúmeras células-alvos.
Mecanismos de morte mediada por LTC
LTCs utilizam vários mecanismos para matar células-alvos, alguns dos quais
requerem contato direto célula-célula e outros resultam da produção de certas
citocinas. Em todos os casos a morte das células-alvos é resultado de apoptose.
-
Morte mediada por Fas- e TNF (Figura 7) Assim que são produzidas as LTCs expressam o ligante Fas na sua superfície, que
se liga aos receptores Fas nas células-alvos. Além disso, TNF-α secretado pelas
LTCs podem se ligar aos receptores de TNF nas células-alvos. Os receptores de
Fas e TNF são famílias de receptores estreitamente relacionadas, quando
encontram seus ligantes, pois encurtam os receptores. Esses receptores também
contém domínios de morte na porção citoplasmática do receptor, que após o
encurtamento pode ativar caspases que induzem apoptose na célula-alvo.
-
Morte mediada por grânulos (Figura 8)
LTCSs totalmente diferenciadas têm numerosos grânulos que contém perforina e
granzimas. Por ocasião do contato com células-alvos, perforina é liberada e
polimeriza a formação de canais na membrana da célula-alvo. Granzimas, que são
proteases de serina, penetram na célula-alvo através dos canais e ativam
caspases e nucleases na célula-alvo resultando em apoptose.
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Figura 8
Mecanismos de destruição de células-alvos por LTC
1. LTC degranula e libera monômeros de perforina nas redondezas. Enzimas
que polimerizam perforina para formar canais de perforinas também são
liberadas e estas juntamente com Ca++ catalizam a formação de canal na
membrana da célula-alvo.
2. O LTC
também podem liberar enzimas degradadoras e toxinas que viajam através dos
canais de perforina e danificam a célula-alvo
3. Citocinas tais como TNF alfa e TNF beta são liberadas do LTC ou de
macrófagos próximos. Interferon gama também podem ser liberadas dos LTCs ou de
outras células linfóides próximas. Eles se ligam a receptores na célula-alvo e
dispara apoptose
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Figura 9
Macrófagos exercem um papel central no sistema imune antes de a
imunidade por células T e B se iniciar. Macrófagos processam os
antígenos e os apresentam às células T, que liberam linfocinas, que
ativam os macrófagos para exercerem várias outras funções inclusive a
produção de mais citocinas.
Figura 10
A ativação de macrófago decorre da interação de múltiplas citocinas e de
outros fatores.
Na via 1, TNF-alfa é liberado dos macrófagos como resultado da ativação
pelo interferon-gama e da interação com componentes bacterianos que
disparam a produção de citocina. Como exemplo de tal componente
disparador temos o lipopolissacarídeo bacteriano. O TNF-alfa da via 1
leva à produção de óxido nítrico pelo macrófago ativado pelo interferon
na via 2.
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INTERAÇÕES
CÉLULA-CÉLULA NA IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS (ATIVAÇÃO DE MACRÓFAGOS
EM RESPOSTA A ANTÍGENOS ENDÓGENOS EM VESÍCULAS)
Macrófagos têm um
papel central no sistema imune. Como mostrado na Figura 9,
macrófagos estão envolvidos em:
-
Defesa inicial
como parte do sistema imune inato
-
Apresentação de
antígeno a células Th
-
Várias funções
efetoras (ex., produção de citocina, atividade bactericida e
tumoricida). De fato macrófagos têm um papel importante não
somente na imunidade mas também na reorganização dos tecidos.
Entretanto, devido à sua potente atividade, macrófago pode
também danificar tecidos. A Tabela 2 sumariza as várias funções
dos macrófagos na imunidade e na inflamação.
Inflamação - Febre
Produção de:
IL-6, TNF alfa, IL-1 – age como pirogênico
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Dano em tecidos
Hidrolases
Produção de peróxido de hidrogênio
C3a do complemento
Produção de TNF alfa
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Imunidade
Seleção de linfócitos a serem ativados:
IL-12 resulta na ativação de Th1
IL-10 resulta na ativação de Th2
Ativação de linfócitos:
Produção de IL-1
Processamento e apresentação de antígeno
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Ação antimicrobiana
Produção oxigênio-dependente de:
peróxido de hidrogênio
superóxido
radical hidroxílico
ácido hipocloroso
Produção oxigênio-independente de:
hidrolases ácidas
proteínas catiônicas
lisozima
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Reorganização de tecidos
Secreção de uma variedade de fatores:
Enzimas degradativas (elastase, hialuronidase,colagenase)
Fatores de estimulação de fibroblastos
Estimulação de angiogênese
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Atividade anti-tumoral
Fatores tóxicos
Peróxido de hidrogênio
C3a do complemento
Proteases
Arginase
Óxido nítrico
TNF alfa
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Tabla 2 |
Muitas destas
funções dos macrófagtos podem ser realizadas apenas por macrófagos
ativados. A ativação de macrófagos pode ser definida como alterações
quantitativas na expressão de vários produtos gênicos que permitem o
macrófago ativado executar algumas funções que não podem ser
realizadas por macrófagos não ativados.
A ativação de macrófagos é uma função importante das células Th1.
Quando as células Th1 são ativadas por uma APC tal como um macrófago,
elas liberam IFN-γ, que é um dos dois sinais necessários para ativar
um macrófago. Lipopolissacarídios (LPS) de bactéria ou TNF-α
produzido por macrófagos expostos a produtos bacterianos liberam o
segundo sinal (Figura 10).
Mecanismos efetores empregados pelos macrófagos incluem a produção
de:
-
TNF-α, que pode
induzir a apoptose
-
Óxido nítrico e
outros intermediários reativos de nitrogênio
-
Intermediários
reativos de oxigênio
-
Proteínas
catiônicas e enzimas hidrofóbicas; citotoxicidade celulas
dependente de anticorpo (ADCC)
Ativação de
macrófago por células Th1 é muito importante na proteção contra
muitos patógenos diferentes. Por exemplo, Pneumocystis carinii, um
patógeno extracelular, é controlado em indivíduos normais por
macrófagos ativados; é, entretanto, uma causa de morte comum em
pacientes de SIDA porque eles são deficientes em células Th1.
Similarmente, Mycobacterium tuberculosis, um patógeno intracelular
que reside em vesículas, não é eficientemente morto por macrófagos a
menos que eles sejam ativados; consequentemente esta infecção é um
problema em pacientes de SIDA.
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interações
célula-célula EM IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS (ativaÇÃO DE CÉLULAS NK)
Citocinas
produzidas por célulaxs Th1 ativadas, particularmente Il-2 e IFN-γ,
também ativam células NK para se tornarem células assassinas
ativadas por linfocina (células LAK). Células LAK são capazes de
matar células infectadas por virus ou células tumorais de maneira
não restrita ao MHC. De fato, a susceptibilidade de células-alvos à
morte por células NK e LAK é inversamente proporcional à expressão
de moléculas de MHC de classe I (ver aula sobre imunidade inata). Os
mecanismos efetores usados pelas células NK e LAK para matar
células-alvos é similar ao usado pelas LTCs (ex., perforina e
granzimas). Células NK e LAK são também capazes de matar células
cobertas por anticorpos por ADCC.
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