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DOENÇAS
INFECCIOSAS |
BACTERIOLOGIA |
IMUNOLOGIA |
MICOLOGIA |
PARASITOLOGIA |
VIROLOGIA |
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PARASITOLOGIA – CAPÍTULO DOIS
PROTOZOÁRIOS DO
SANGUE E TECIDOS
Dr Abdul Ghaffar
Emeritus Professor
University of South Carolina School of Medicine
Tradução: PhD. Myres Hopkins
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EM INGLÊS
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DR MYRES HOPKINS |
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL |
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Imagens nesta página são do CDC e provém de
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Protozoários do
sangue de grande importância clínica incluem membros dos gêneros Trypanosoma (T.
brucei e T. cruzi); Leishmania (L. donovani, L. tropica
e L. braziliensis); Plasmodium (P. falciparum, P. ovale,
P. malariae e P. vivax); Toxoplasma gondii; e Babesia (B.
microti).
TRIPANOSSOMÍASE
Tripanossomíase africana (Doença do sono)
Etiologia
Existem duas formas clínicas de tripanossomíase africana: 1) uma doença que se
desenvolve lentamente causada pelo Trypanosoma brucei gambiense e 2) uma
doença rápida e progressiva causada pelo T. brucei rhodesiense.
Epidemiologia
T. b. gambiense
é predominante na região centro-oeste da Africa, enquanto a T. b. rhodesiense
está restrita ao terço leste do continente (figura 2E). 6.000 a 10.000 casos
humanos são documentados anualmente. 35 milhões de pessoas e 25 milhões de
cabeças de gado estão em risco. Epidemia regional da doença é a causa de grandes
desastres na Saúde e na Economia.
Morfologia
T. b. gambiense
e T. b. rhodesiense são semelhantes em aparência: O organismo mede 10 -
30 micrômetros x 1-3 micrômetros. Tem um único núcleo central e um único glagelo
originado no cinetoplasto e ligado ao corpo por uma membrana ondulante (Figura
2A-D). A superfície externa do organismo é densamente coberta com uma camada de
glicoproteína, a “glicoproteína variável de superfície” (VSG).
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OBJETIVOS
Epidemiologia, morbidez e mortalidade
Morfologia do organismo
Ciclo de vida, hospedeiros e vetores
Doença, sintomas, patogênese e ocorrência geográfica
Diagnóstico
Prevenção e controle |
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Figura 1A
Durante um repasto no sangue do hospedeiro mamífero, uma môsca infectada (gênero
Glossina) injeta tripomastigotas metacíclicos no tecido da pele. Os
parasitas entram no sistema linfático e passam para a corrente sanguínea
.
No interior do hospedeiro, eles se transformam em tripomastigotas sanguícolas
,
são levados a outros lugares através do corpo, e atingem outros fluidos
corporais (ex. linfa, fluido espinhal, e continuam a replicação por fissão
binária
.
O
ciclo de vida inteiro do tripanossoma africano está representado por estágios
extracelulares. A môsca tsé-tsé se infecta pelos tripomastigotas sanguícolas ao
se alimentar do sangue de um hospedeiro mamífero infectado (,
).
No intestino médio da môsca, os parasitas se transformam em tripomastigotas
procíclicos, multiplicam-se por fissão binária
,
deixam o intestino médio, e se transformam em epimastigotas
.
Os epimastigotas atingem as glândulas salivares da môsca e continuam a
multiplicação por fissão binária
.
O ciclo na môsca leva aproximadamente 3 semanas. Humanos são o principal
reservatório do Trypanosoma brucei gambiense, mas esta espécie pode
também ser encontrada em animais. Animais selvagens de caça são os principais
reservatórios de T. b. rhodesiense. CDC
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Figura
1B Formas do Trypansoma brucei observadas na môsca tsé-tsé e na corrente
sanguínea humana T. brucei é transmitido por môscas tsé-tsé do gênero Glossina. Parasitas são
ingeridos pela môsca quando estas realizam repasto no sangue de um mamífero
infectado. Os parasitas se multiplicam na môsca, passando por vários estágios do
desenvolvimento no intestino e nas glândulas salivares do inseto (tripanossomas
procíclicos, epimastigotas, tripanossomas metacíclicos). O ciclo na môsca leva
aproximadamente 3 semanas. Quando a môsca pica outro mamífero, os tripanossomas
metacíclicos são inoculados, e multiplicam no sangue e nos fluidos
extracelulares tais como o fluito espinhal. Humanos são o principal reservatório
do T. b. gambiense, mas esta espécie pode também ser encontrada em animais.
Animais selvagens de caça são os principais reservatórios do T. b. rhodesiense.
Figura 2A Duas áreas de um esfregaço sanguíneo de um paciente com tripanossomíase
africana. Esfregaço de camada delgada corado com Giemsa. Estágios
tripomastigotas típicos (os únicos estágios encontrados em pacientes),com um
cinetoplasto posterior, um núcleo localizado centralmente, uma membrana
ondulante, e um flagelo anterior. As duas espécies de Trypanosoma brucei que causam tripanossomíase humana, T. b. gambiense e T. b. rhodesiense, são
indistinguíveis morfologicamente. O comprimento dos tripanossomas variam entre
14-33 µm CDC
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Figura
2B
Esfregaço sanguíneo de um paciente (um viajante americano) com Trypanosoma
brucei rhodesiense. Um parasita em divisão é visto à direita. Formas em divisão
são vistas em tripanossomíase africana, mas não em tripanossomíase americana
(doença de Chagas) CDC
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Figure
2C Esfregaço sanguíneo de um paciente com Trypanosoma brucei gambiense. CDC –
Contribuição de imagem por Pr. J. Le Bras, Hôpital Bichat - Claude Bernard,
Paris, France.
Figura
2D
Estrutura do Trypanosome brucei
Figura 2E Distribuição da Doença do Sono do Oeste da África ou gambiana e Doença do Sono
do Leste da África ou rodesiana
Figura 2F Número
de casos documentados da tripanossomíase africana em Uganda, 1939-1998 WHO
Entre 1962 e 1975, nenhum caso foi documentado. O aumento de casos durante 1977
a 1983 reflete uma epidemia da doença do sono rodesiense em Busuga (sudeste de
Uganda). Entretanto, os aumentos mostrados entre 1986 e 1992 corresponderam ao
reinício de triagem sistemática da população para a doença do sono gambiense na
parte ocidental do país e ao ressurgimento da doença do sono rodesiense em
Busuga.
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Figura 3
Môsca tsé-tsé.
O vetor da tripanossomíase africana
© OhioState University, College of Biology |
Ciclo de vida
A forma infectiva, metacíclica do tripanossoma é injetada no
hospedeiro primário durante uma picada do vetor, a môsca tsé-tsé
(figura 3). O organismo se transforma em uma forma tripanossômica
sanguínea em divisão (tripomastigota) (figura 1B) à medida que entra
na corrente de drenagem linfática e sanguínea. A forma
tripanossômica entra no vetor durante o repasto sanguíneo e viaja
através do canal alimentar até a glândula salivar onde prolifera em
formas critidiais (epimastigota) e matura a formas infecciosas
metacíclicas (Figura 1B). Tripomastigotas podem atravessar as
paredes dos capilares sanguíneos e vasos linfáticos indo aos tecidos
conjuntivos e, em estágio posterior, atravessar o plexo coróide indo
ao cérebro e fluido cerebro-espinhal. O organismo pode ser
transmitido através da transfusão de sangue.
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Simtomas
Os aspectos clínicos da doença gambiana e rodesiana são os mesmos,
entretanto eles variam em severidade e duração. A doença rodesiana progride
mais rapidamente e os sintomas são frequentemente mais pronunciados. Os
sintomas das duas doenças são também mais pronunciados em caucasianos do que
na população africana local. Classicamente, a progressão da tripanossomíase
africana pode ser dividida em três estágios: reação à picada (câncro),
parasitemia (tecidos sanguíneos e linfóides),e estágio do CNC.
Reação à picada:
Um câncro não pustular, doloroso, com prurido (Figura 4 A e B) se forma 1-3
semanas após a picada e dura 1-2 semanas. Não deixa cicatriz.
Parasitemia:
Parasitemia invasão dos nódulos linfáticos é marcada por ataques de febre
que começa 2-3 semanas após a picada e é acompanhada por mal estar,
fraqueza, insônia, cefaléia, linfoadenopatia e edema (figura 4E).
Sensibilidade dolorosa a pressão na palma das mãos e na região ulnar (sinal
de Kerandel) pode se desenvolver em alguns causasianos. Muito característico
da doença gambiana é o aumento visível das glândulas da região cervical
posterior (sinal de Winterbottom) (Figura 4C). Episódios febris podem durar
meses como na doença rodesiana ou alguns anos na doença gambiana.
Parasitemia é mais proeminente durante o estágio aguro do que durante os
episódios de recorrência.
Estágio no CNC:
O estágio tardio ou estágio do CNC é marcado por mudanças no caráter e
personalidade. Eles incluem falta de interesse e falta de inclinação ao
trabalho, evitando fazer amizades, morosidade e atitude melancólia que se
alternam com exaltação, retardo mental e letargia, fala em tom baixo e com
tremor, tremor na língua e extremidades, marcha lenta e arrastada, reflexos
alterados, etc. Machos se tornam impotentes. Existe um envolvimento lento e
progressivo do tecido cardíaco. Os estágios mais avançados são
caracterizados por sonolência e desejo incontrolável de dormir. O estágio
terminal é marcado pela exaustão e definhamento. A morte resulta de coma,
infecção intercorrente ou parada cardíaca (figura 5).
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Figura
4A
Úlcera parcialmente curada no braço de paciente feminino em enfermaria
de clínica hospitalar rural.
WHO/TDR/Crump |
Figura 4B
A perna de adolescente que tem doença do sono, mostrando o câncro no
local da picada da tsé-tsé
WHO/TDR/Kuzoe
Figura 4C
Sinal de Winterbottom
CDC
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Figura 4D
Complicações neurológicas podem ocorrer como resultado da infecção e,
como mostrado, pacientes devem ser imobilizados para sua própria
segurança.
WHO/TDR/Kuzoe
Figura 4E
Um paciente masculino de doença do sono com mixoedema.
WHO/TDR/Kuzoe
Figura 5A Cérebro com lesão de um paciente que morreu com tripanossomíase africana
(ou doença do sono).
WHO/TDR/Kuzoe
Figura 5B Jovem de sexo masculino com tripanossomíase africana avançada (ou doença
do sono) exibindo exaustão e lesões de pele como resultado do prurido
intenso que pode acompanhar estágios avançados da doença.
WHO/TDR/Kuzoe
Figura 5C
Neuropatologia da tripanossomíase africana humana: Leucoencefalopatia
hemorrágica aguda (AHL): Este slide mostra necrose fibrinóide muito
delicada na parede de uma pequena artéria do tálamo.
Produzido pelo Deptp. de Neuropatologia, Southern General Hospital,
Glasgow).
Figura 5D Neuropatologia de tripanossomíase africana humana: Leucoencefalopatia
hemorrágica aguda: Este slide mostra o foco de hemorragia ao redor de
pequenos vasos sanguíneos.
Produzido pelo Dept. de Neuropatologia, Southern General Hospital,
Glasgow).
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Os
aspectos clínicos da doença rodesiana são similares mas mais rápidos e mais
agudos. A agudeza e severidade da doença não permite traçar uma doença do
sono típica. A morte é devida a parada cardíaca em 6-9 meses.
Patologia e Imunologia
Uma patogênese exata da doença do sono não é conhecida, embora complexos
imunes e inflamação têm sido suspeitos de serem os mecanismos que levam a
lesão em tecidos. A resposta imune contra o organismo ajuda a eliminar o
parasita mas não é protetivo, visto que o parasita tem uma habilidade
particular de alterar seus antígenos, a VSG (ver o capítulo sobre (Biologia
Molecular dos Tripanossomas).
Consequentemente, há uma flutuação cíclica do número de parasitas no sangue
e em fluidos linfáticos, e cada onda do parasita representa uma variante
antigênica diferente. O parasita causa expansão policlonal de linfócitos B e
células plasmáticas e um aumento na concentração total de IgM. Ele estimula
a função reticuloendotelial. Ele também causa severa depressão da imunidade
mediada por células e humoral a outros antígenos.
Diagnose
Detecção do parasita na corrente sanguínea, secreções linfáticas e aspirado
de linfonodo aumentado provê um diagnóstico definitivo nos estágios iniciais
(agudos). O parasita no sangue pode ser concentrado por centrifugação ou
pelo uso de meio de suporte aniônico. O fluido cerebro espinhal deve sempre
ser examinado para a presença de organismos. Imuno-sorologia (ensaio de
imunoadsorção ligado a enzima, imunofluorescência) pode ser indicativo mas
não fornece diagnóstico definitivo.
Tratamento e Contrôle
O estágio sanguíneo da tripanossomíase africana pode ser tratado com
razoável sucesso com Isetionato de Pentamidina ou Suramin. Estas drogas têm
sido documentadas como eficientes na profilaxia, embora elas possam mascarar
infecções iniciais e assim aumentar o risco de doença do CNC. Casos com
envolvimento do CNC devem ser tratados com Melarsoprol, um composto orgânico
de arsênio.
O modo
mais eficiente de prevenção é evitar contato com as môscas tsé-tsé. A
erradicação do vetor não tem praticabilidade devido à vasta área envolvida.
Imunização não tem efeito devido à variação antigênica.
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Figura 6
Doença de Chagas: Países nos quais a tripanossomíase americana é
endêmica.
WHO |
Tripanossomíase
americana (Doença de Chagas)
Etiologia
A doença de Chagas é causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma
cruzi.
Epidemiologia
A tripanossomíase americana, também conhecida como doença de Chagas, está
distribuida irregularmente na América Central e América do Sul, se
estendendo de partes do México à Argentina (figura 6). Raros casos têm sido
documentados no Texas, California e em Maryland. É estimado que 16-18
milhões de pessoas sejam infectadas pelo parasita e 50 milhões estão em
risco. Cerca de
50.000
pessoas morrem a cada ano desta doença.
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Figura 7A
Trypanosoma cruzi, forma tripomastigota, em esfregaço sanguíneo
(Coloração pelo Giemsa)
CDC
DPDx Parasite Image Library |
Morfologia
Dependendo do ambiente em que vive o hospedeiro, o organismo ocorre
em três formas diferentes (Figura 7 e 9B). A forma tripanossômica
(tripomastigota) (figura 7A), encontrada no sangue de mamíferos mede
15 a 20 microns e é morfologicamente semelhante aos tripanossomas
africanos. A forma critidial (epimastigota) (figura 7B) é encontrada
no intestino do inseto. A forma leishmânica (amastigota) (figura
7C), encontrada intracelularmente ou em pesudocistos em vísceras de
mamíferos (particularmente no miocárdio e cérebro), tem forma
arredondada ou oval, mede 2-4 microns e ausência de um flagelo
protuberante.
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Figura
7B
Trypanosoma cruzi, critídia.
CDC
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Ciclo de vida
O organismo é transmitido para o hospedeiro mamífero por muitas
espécies do inseto barbeiro (reduvídeo) (figura 8), mais
proeminentemente pelo Triatoma infestans, T. sordida,
Panstrongylus megistus e Rhodnius prolixus. A
transmissão ocorre durante a alimentação do inseto que normalmente
pica na face (daí o nome, barbeiro) e tem o hábito de defecar
durante a refeição. Os tripomastigotas metacíclicos, contidos no
material fecal, ganham acesso ao tecido do mamífero através da
ferida que é frequentemente friccionada pelo indivíduo que foi
mordido. Subsequentemente, eles entram em várias células, incluindo
macrófagos, onde eles se diferenciam em amastigotas e se multiplicam
por fissão binária. Os amastigotas se diferenciam em tripomastigotas
não replicantes e as células se rompem para liberá-los na corrente
sanguínea. Outras células de vários tipos podem se tornar infectadas
e os tripomastigotas mais uma vez formam amastigotas no interior
dessas células. Insetos vetores não infectados adquirem o organismo
quando eles se alimentam de animais infectados ou de pessoas
contendo tripomastigotas no sangue circulante. No trato alimentar do
inseto vetor, os tripomastigotas se diferenciam para formar
epimastigotas e se dividem longitudinalmente no intestino médio e
posterior do inseto onde se desenvolvem em tripomastigotas
metacíclicos infectivos (figura 9C). A transmissão pode ocorrer de
homem para homem através de transfusão de sangue e através da rota
transplacentária.
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Figura
7C.
Trypanosoma cruzi. Forma leishmanial CDC
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Figura 8
Reduvídio (barbeiro), o vetor da tripanossomíase americana
Figura 9 A
Sinal de Ramana: conjuntivite unilateral e edema orbital
Figura 9B
Megacólon em Doença de Chagas |
Mais de
uma centena de espécies de mamíferos desde animais selvagens a domésticos
incluindo bovinos, suinos, gatos, cães, tatus, racoons americanos e gambás
são naturalmente infectados pelo T. cruzi e servem como
reservatórios.
Sintomas
A doença de Chagas pode ser dividida em três estágios: a lesão primária, o
estágio agudo e o estágio crônico. A lesão primária, o chagoma, que aparece
no local da infecção, dentro de algumas horas de uma mordida, consiste em
uma placa achatada eritematosa discretamente volumosa não purulenta rodeada
por uma área variável de edema rígido. É normalmente encontrado na face,
pálpebras, bochechas, lábios ou na conjuntiva, mas pode ocorrer no abdomem
ou extremidades. Quando o chagoma primário está na face, ocorre o aumento
das glândulas pré e pós auriculares e submaxilares no lado da picada. A
infecção na pálpebra, resultando em conjuntivite unilateral e edema orbital
(sinal de Romaña) (figura 9A), é o achado mais comum.
Estágio Agudo:
O estágio agudo aparece 7-14 dias após a infecção. É caracterizado pela
inquietação, insônia, mal estar, cansaço progressivo, calafrios, febre e
dor óssea e muscular. Outras manifestações da fase aguda são adenite
cervical, axilar e ilíaca, hepatomegalia, erupção eritematosa e
miocardite aguda. Há uma reação edematosa geral associada com
linfadenopatia. Miocardite difusa às vezes acompanhada de séria
pericardite e endocardite é muito frequente durante o estágio inicial da
doença. Em crianças, a doença de Chagas pode causar meningo-encefalite e
coma. A morte ocorre em 5-10% das crianças. Exames hematológicos revelam
linfocitose e parasitemia.
Estágio Crônico:
O estágio agudo é normalmente não reconhecido e frequentemente se
resolve com pouco ou nenhum dano imediato e o hospedeiro infectado
permanece como um portador assintomático. Uma proporção não conhecida
(estimada em 10-20%) das vítimas desenvolvem uma doença crônica. Elas
alternam entre períodos de remissão assintomática e regressões
caracterizadas pelos sintomas vistos na fase aguda. Arritmia cardíaca é
comum. A doença crônica resulta em função anormal dos órgãos ôcos,
particularmente o coração, esôfago e cólon. As mudanças cardíacas
incluem insuficiência miocárdica, cardiomegalia, distúrbios de condução
átrio-ventricular e a síndrome de Adams-Stoke. Distúrbios da peristalse
leva ao megaesôfago e megacólon (figura 9B).
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Patologia e Imunologia
Os efeitos patológicos da doença de Chagas de fase aguda resultam
grandemente de danos diretos às células infectadas. Em estágios tardios, a
destruição dos nervos ganglionários autônomos pode ser de significância.
Mecanismos imunes tanto mediados por células como humorais envolvendo reação
ao organismo e aos tecidos autólogos têm sido implicados na patogênese.
T.
cruzi
estimula respostas imunes humorais e mediadas por células. Anticorpo tem
sido demonstrado que lisam o organismo, mas raramente causa sua erradicação,
talvez devido a sua localização intracelular. Imunidade mediada por células
pode ser de valor significante. Enquanto macrófagos normais são escolhidos
pelo organismo para seu crescimento, macrófagos ativos podem matar o
organismo. Contrariamente ao T. brucei, T. cruzi não altera
sua capa antigênica. Anticorpos dirigidos contra células do coração e do
músculo têm sido também detectados em pacientes infectados levando à
suposição de que existe um elemento de reação autoimune na patogênese da
doença de Chagas. A infecção causa depressão severa nas respostas imunes
mediadas por células e humorais. Imunosupressão deve ser devida à indução de
células T supressoras e/ou hiperestimulação de macrófagos.
Diagnose
Diagnóstico clínico é normalmente fácil entre crianças em áreas endêmicas.
Dilatação cardíaca, megacólon e megaesôfago em indivíduos de áreas endêmicas
indicam infecção presente ou original. Diagnóstico definitivo requer a
demonstração de tripanossomas por microscopia ou testes biológicos (no
inseto ou rato). Anticorpos são frequentemente detectáveis por fixação do
complemento ou imunofluorescência e oferece diagnóstico pressuposto.
Tratamento e Contrôle
Não há terapia curadora disponível. A maioria das drogas são inificientes ou
altamente tóxicas. Recentemente duas drogas experimentais, Benznidazol e
Nifurtimox têm sido usadas com resultados promissores nos estágios agudos da
doença, entretanto seus efeitos colaterais limitam seu uso prolongado em
casos crônicos.
Medidas
de contrôle estão limitadas àquelas que reduzem o contato entre os vetores e
o homem. Tentativas de desenvolvimento de uma vacina não tem sido bem
sucedidas, embora elas possam ser viáveis.
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Figure 9C Um inseto vetor triatomídeo (ou “barbeiro” ) realiza repasto sanguíneo e libera
tripomastigotas pelas fezes próximo do local da escara formada pela picada.
Tripomastigotas entram no hospedeiro através da ferida ou através das membranas
mucosas intactas, tais como a conjuntiva
.
Espécies de vetor de triatomídeos comuns para a tripanossomíase pertencem ao
gênero Triatoma, Rhodinius, e Panstrongylus. No interior
do hospedeiro, os tripomastigotas invadem células, onde se diferenciam em
amastigotas intracelulares
.
Os amastigotas se multiplicam por fissão binária
e se diferenciam em tripomastigotas, e então são liberados na circulação como
tripomastigotas sanguícolas
.
Tripomastigotas infectam células de uma variedade de tecidos e se transformam
em amastigotas intracelulares em novos sítios de infecção. Manifestações
clínicas podem resultar deste ciclo infectivo. Os tripomastigotas sanguícolas
não se replicam (diferentemente dos tripanossomas africanos). A replicação se
reinicia somente quando os parasitas entram em outra célula ou são ingeridos por
outro vetor. O barbeiro torna-se infectado ao se alimentar do sangue humano ou
de animal que contêm parasitas circulantes
.
Os
tripomastigotas ingeridos se transformam em epimastigotas no intestino médio do
vetor .
Os parasitas se multiplicam e se diferenciam no intestino médio
e se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos no intestino terminal
.
Trypanosoma cruzi
pode também ser transmitido através de transfusão de sangue, transplante de
órgãos, transplacentariamente e em acidentes laboratoriais.
CDC
DPDx
Parasite Image Library
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LEISHMANIOSE
Etiologia
Várias espécies de Leishmania são patogênicas para o homem: L. donovani
causa leishmaniose visceral (Kala-azar, “black disease=doença prêta”, febre
dumdum); L. tropica (L. t. major, L. t. minor e L.
ethiopica) provocam leishmaniose cutânea (botão do oriente, úlcera de
Bauru (Brasil), úlcera de Delhi, Aleppo, furúnculo de Deli ou de Bagdá); e
L. braziliensis (também, L. mexicana e L. peruviana)
são agentes etiológicos da leishmaniose mucocutânea (espundia, Uta, úlcera
chiclero).
Epidemiologia
Leischmaniose é prevalente no mundo inteiro: abrangendo deste o sudeste da
Asia, Indo-Paquistão, Mediterrâneo, Norte e Centro da África, sul e America
central.
Morfologia
Amastigota (forma leishmânica) é oval e mede 2-5 microns por 1 - 3 microns
(figura 10A-D), enquanto que a forma em leptomona mede 14 - 20 micra por 1.5
- 4 micra, um tamanho similar para tripanossomas (Figura 10E).
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Figura
10 A B C
A
B
C
Amastigotas de Leishmania tropica de uma preparação de pele. Em A, um
macrófago ainda intacto está praticamento cheio de amastigotas, alguns
dos quais têm claramente visível um núcleo e um cinetoplasto (setas); em
B, amastigotas estão sendo liberados de um macrófago rompido. O paciente
tem história de viagem ao Egito, África e Oriente Médio. Cultura em
meio NNN seguida de análise de isoenzima identificaram as espécies como
sendo L. tropica minor.
CDC |
Figura
10D
Leishmania mexicana mexicana em biópsia de pele. Coloração
hematoxilina-eosina. Os amastigotas estão forrando a parede de dois
vacúolos, um arranjo típico. A identificação das espécies foi derivada
de cultura seguida de análise de isoenzimas. Homem de 26-anos de Austin,
Texas, com uma lesão no seu braço esquerdo.
CDC
DPDx Parasite Image Library
Figura
10E Leishmania donovani, formas em leptomona.
CDC
DPDx Parasite Image Library
Figura
10G
Esfregaço de medula óssea mostrando parasitas de Leishmania donovani em
um histiócito de medula óssea de um cão (coloração pelo Giemsa).
CDC/Dr. Francis W. Chandler
Figura
10I
Leishmania donovani em medula óssea. Esfregaço.
CDC/Dr. L.L. Moore, Jr
Figura 10 F
Promastigotas de leishmania corados pelo Giemsa de uma cultura nos quais
pode ser visto o cinetoplasto em forma de barra próximo do centro do
grupo em “roseta”.
© Lynne S. Garcia, LSG & Associates, Santa Monica, California and
Microbe Library
Figura
10H
Eritrofagocitose no fígado (H&E X 400)
WHO/TDR/El-Hassan
Figura
10J
Bainha periarterial de macrófagos do baço mostrando forte parasitação
com amastigotas (H&E X 400)
WHO/TDR/El-Hassan
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Ciclo de vida
O organismo é transmitido pela picada de várias espécies de
mosquitos de areia que se alimentam de sangue (Flebótomo) que
carrega o promastigota no intestino anterior e na faringe. Os
parasitas ganham acesso a fagócitos mononucleares onde se
transformam em amastigotas e se dividem até que a célula infectada
se rompe. Os organismos liberados infectam outras células. O
mosquito da areia adquire os organismos durante o repasto sanguíneo;
os amastigotas se transformam em promastigotas flagelados e se
multiplicam no intestino até serem o intestino anterior e faringe
empacotados. Cães e roedores são reservatórios comuns (figura 11F).
Sintomas
Leishmaniose visceral (Kala-azar, febre dumdum):
organismo de L. donovani na leishmaniose visceral são
rapidamente eliminados do local da infecção, havendo portanto
raramente uma lesão local, embora alguma pápulas diminutas tenham
sido descritas em crianças. Eles são localizados e se multiplicam
nas células fagocíticas mononucleares do baço, fígado, nódulos
infáticos, medula óssea, mucosa intestinal e outros órgãos. Um a
quatro meses após a infecção, ocorre febre, com um aparecimento
diário de 102-104 graus F, acompanhada de calafrios e sudorese. O
baço e fígado tornam-se progressivamente maiores (figura 11B, C e
E). Com a progressão da doença, a pele desenvolve áreas
granulomatosas hiper pigmentadas (kala-azar quer dizer doença
prêta). A doença crônica torna os pacientes susceptíveis a outras
infecções. A doença não tratada leva à morte.
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Figura 11A
Muitas crianças que sofrem de leishmaniose visceral desenvolvem um
visível espessamento, endurecimento e escurecimento dos cílios e
sobrancelhas.
WHO/TDR/Crump |
Figura
11B
Vista de perfil de um adolescente masculino acometido de leishmaniose
visceral. O garoto exibe esplenomegalia, abdomen distendido e severa
atrofia muscular.
WHO/TDR/Kuzoe
Figura
11C
Um menino de 12 anos com leishmaniose visceral. O garoto exibe
esplenomegalia e severa atrofia muscular.
WHO/TDR/El-Hassan
Figura
11D Mãos ictéricas de paciente de leishmaniose visceral.
WHO/TDR/El-Hassan
Figura
11E
Baço aumentado e fígado em uma autópsia de bebê que morreu de
leishmaniose visceral.
WHO/TDR/El-Hassan
Figura 11F Leishmaniose é transmitida pela picada de fêmeas do mosquito de areia
flebotomídeo. Os mosquitos injetam o estágio infectivo, promastigotas,
durante os repastos sanguíneos
.
Promastigotas que atingem a escara da picada são fagocitados pelos
macrófagos
e se transformam em amastigotas
.
Amastigotas se multiplicam em células infectadas e afetam tecidos
diferentes, dependendo em parte da espécie de Leishmania
.
Isto origina as manifestações clínicas da
leishmaniose. Flebótomos se tornam infectados durante o repasto
sanguíneo em um hospedeiro infectado quando eles ingerem macrófagos
infectados com amastigotas (,
).
No intestino médio do mosquivo, os parasitas se diferenciam em
promastigotas
,
que se multiplicam e migram para a probóscide
. CDC
DPDx Parasite Image Library
|
|
Leishmaniose cutânea (Ferida Oriental, úlcera de Deli, furúnculo de
Bagdá):
Na leishmaniose cutânea, o organismo (L. tropica) se
multiplica localmente, produzindo uma pápula, 1-2 semanas (ou até
1-2 meses) após a picada. A pápula gradualmente cresce para formar
uma úlcera relativamente indolor. O centro da úlcera encrusta
enquanto pápulas satélites se desenvolvem na periferia. A úlcera
sara em 2-10 meses, mesmo se não for tratada mas deixa uma cicatriz
desfigurante (figura 12). A doença se dissemina no caso de função
imune deprimida.
Leishmaniose mucocutânea (espúndia, Uta, chiclero):
Os
sintomas iniciais da leishmaniose mucocutânea são os mesmos dos da
leishmaniose cutânea, exceto que nesta doença o organismo pode
metastizar e as lesões se espalham pelos tecidos mucosos (oral,
faringeano e nasal) e leva à sua destruição e portanto deformidade
severa (figura 12E). Os organismos responsáveis são L. braziliensis,
L. mexicana e L. peruviana.
Patologia
Patogênese da leishmaniose é devida a uma reação imune do organismo,
particularmente a imunidade mediada por células. Exames
laboratoriais revelam uma marcante leucopenia com relativa
monocitose e linfocitose, anemia e trombocitopenia. Níveis de IgM e
IgG são extrememente elevados devido a anticorpos específicos e
ativação policlonal.
Diagnóstico
O
diagnóstico é baseado na história de exposição a mosquitos de areia,
sintomas e isolamento dos organismos de aspirato da lesão ou
biópsia, por exame direto ou cultura. Um teste de pele
(hipersensibilidade tardia: Teste de Montenegro) e detecção de
anticorpos anti-leishmania por imunofluorescência são indicativos da
exposição.
Tratamento e Contrôle
Estibogluconato sódico (Pentostam) é a droga de escolha. Isetionato
de pendamidina é usado como uma alternativa. Medidas de contrôle
envolvem contrôle do vetor e evitá-lo. Imunização não tem sido
eficiente.
|
|
Figura 12A
Úlcera de pele devido a leishmaniose, mão de adulto da América Central.
CDC/Dr. D.S. Martin
Figura
12C
Escara de pele da parte superior da perna representando lesão curada de
leishmaniose
CDC
Figura
12D
Lesão não curada de leishmaniose cutânea no lobo auricular
WHO/TDR/El-Hassan
Figura
12E
Garota com leishmaniose muco-cutânea na face que está respondendo ao
tratamento
WHO/TDR/El-Hassan
Figura
12F
Lesão de pele por leishmaniose cutânea. A lesão mede cerca de 1 polegada
de diâmetro e foi umedecida com bordas elevadas. Não houve drenagem; entretanto, a lesão de fato parecia infectada. © Lynne S. Garcia, LSG &
Associates and
The Microbe Library
|
Figura 12B
Ferida da leishmaniose, pele
CDC |
Figura 12 G
Malária geralmente ocorre em áreas onde as condições ambientais permitem
a multiplicação do parasita no vetor. Assim, a malária é normalmente
restrita a áreas tropicais e subtropicais (ver mapa) e altitudes
inferiores a 1.500 m. Entretanto, esta distribuição pode ser afetada por
mudanças climáticas, especialmente aquecimento global e movimentos
populacionais. Ambos o Plasmodium falciparum e P. malariae são
encontrados em todas as áreas sombreadas do mapa (sendo P. falciparum de
longe o mais prevalente). Plasmodium vivax e P. ovale são
tradicionalmente conhecidos por ocuparem nichos complementares, com o P.
ovale predominando na África Sub-Sahara e P. vivax nas outras áreas;
entretanto, essas duas espécies nem sempre são distinguíveis com base
nas características morfológicas sozinhas; o uso de ferramentas
moleculares ajudam a esclarecer a sua distribuição exata. |
MALÁRIA
Etiologia
Quatro espécies de
Plasmodium são responsáveis pela malária humana.
São eles P. falciparum, P. vivax, P. ovale e P.
malariae.
Epidemiologia
Há uma estimativa de 200 milhões de casos no globo levando à mortalidade de
mais de um milhão de pessoas por ano. P. falciparum (febre terçã
maligna) e P. malariae (febre quartã) são as mais comuns espécies de
parasitas da malária e são encontrados na Ásia e África. P. vivax
(febre terçã benigna) predomina na América Latina e Paquistão, enquanto que
P. ovale (febre terçã oval) é quase exclusivamente encontrada na
África (figura 12G).
Morfologia
Os trofozoídos do parasita da malária são geralmente em forma de anel, 1-2
micra de tamanho, embora outras formas (amebóide e banda) também possam
existir. As formas sexuais do parasita (gametócitos) são muito maiores e
medem 7-14 micra de tamanho. P. falciparum é o maior e tem a forma de
banana enquanto outros são menores e redondos. P. vivax provoca a
formação de pontos cor-de-rosa (Granulações de Schüffner) nas células
vermelhas infectadas (figure 13-17).
Plasmodium falciparum: Parasitas de Estágios Sanguíneos: Esfregaços
sanguíneos de camada delgada
Fig. 1: Eritrócitos normais; Figs. 2-18: Trofozoítos (entre esses, Figs.
2-10 corresponde aos trofozoítos em estágio de anel); Figs. 19-26:
Esquizontes (Fig. 26 é um esquizonte rompido); Figs. 27, 28:
Macrogametócito (feminino) maduro; Figs. 29, 30: Microgametócitos
(masculinos) maduros
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium falciparum: Parasitas de Estágios Sanguíneos: Esfregaços
sanguíneos de gota espêssa
Ilustrações de: Wilcox A. Manual for the Microscopical Diagnosis of
Malaria in Man. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Washington, 1960. CDC
|
Plasmodium
malariae: Parasitas de Estágios Sanguíneos:
Esfregaços sanguíneos de camada delgada
Fig. 1: Eritrócitos normais; Figs. 2-5: Trofozoítos jovens (anéis);
Figs. 6-13: Trofozoítos; Figs. 14-22: Esquizontes; Fig. 23: Gametócito
em desenvolvimento; Fig. 24: Macrogametócito (feminino); Fig. 25:
Microgametócito (masculino)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium malariae: Parasitas de Estágios Sanguíneos: Esfregaços
sanguíneos de gota espêssa
Ilustrações de: Wilcox A. Manual for the Microscopical Diagnosis of
Malaria in Man. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Washington, 1960. CDC |
Plasmodium ovale: Parasitas de Estágios Sanguíneos: Esfregaços
sanguíneos de camada delgada
Fig. 1: Eritrócitos normais; Figs. 2-5: Trofozoítos jovens (Anéis);
Figs. 6-15: Trofozoítos; Figs. 16-23: Esquizontes; Fig. 24:
Macrogametócitos (femininos); Fig. 25: Microgametócito (masculino)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium vivax: Parasitas de Estágios Sanguíneos: Esfregaços
sanguíneos de camada delgada
Fig. 1: Eritrócitos normais; Figs. 2-6: Trofozoítos jovens (parasitas em
estágio de anel); Figs. 7-18: Trofozoítos; Figs. 19-27: Esquizontes;
Figs. 28 e 29: Macrogametócitos (femininos); Fig. 30: Microgametócito
(masculino)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Figura 13 Trofozoítos: Estágios sanguíneos de parasitas da malária
DPDx Parasite Image Library
|
Plasmodium falciparum: Gametócitos
Figs. 27, 28: Macrogametócito (feminino) maduro; Fig. 29, 30:
Microgametócitos (masculinos) maduros
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium
malariae: Gametocitos
Fig. 23: Gametócito em desenvolvimento; Fig. 24: Macrogametócito
(feminino); Fig. 25: Microgametócito (masculino)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium
falciparum: Gametócitos: Uma mulher de 41 anos com asplenia, imigrante
do Haiti, que retornou aos Estados Unidos há dois dias; elevada
parasitemia por P. falciparum; a presença de tais gametócitos jovens no
sangue periférico é excepcional
(especimen contribuido por Florida SHD) CDC |
Plasmodium falciparum: Gametocytes: Um paciente do Haiti; gametócitos
maduros
(especimen contribuída por Florida SHD) CDC |
Plasmodium malariae: Gametócitos: Esfregaço sanguíneo de paciente:
Homem de 56 anos que viajou para o Kenya
(especimen contribuído por Wisconsin SHD) CDC |
Plasmodium malariae: Gametócitos: Esfregaço sanguíneo de paciente: Homem
de 56 anos que viajou para o Kenya
(especimen contribuído por Wisconsin SHD) CDC |
Plasmodium ovale: Gametócitos
Fig. 24: Macrogametócito (feminino); Fig. 25: Microgametócito
(masculino).
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG.
The Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium vivax: Gametócitos
Fig. 28 e 29: Macrogametócitos (femininos) quase maduros e maduro; Fig.
30: Microgametócito (masculino)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
A
B
Plasmodium ovale: Gametócitos
Esfregaços sanguíneos de pacientes: Observe grânulos de Schüffner em A,
e a fimbriação do eritrócito em B. Os eritrócitos nas infecções por P.
ovale são menos aumentados do que por P. vivax, e não são tão
deformados.
A, B: Paciente masculino nascido na Nigéria, que veio para os Estados
Unidos há 5 dias
(especimen contribuído por Michigan SHD) CDC |
A
B
C
Plasmodium
vivax: Gametócitos
Esfregaços sanguíneos de pacientes:
Observe a variabilidade nas granulações de Schüffner.
A: Uma mulher grávida que visitou a Índia há 6 meses (especimen
contribuída por New Jersey SHD)
B,C: Mulher de 50 anos há 3 meses após visita de 1 mês à Índia
(especimen contribuído por Indiana SHD) CDC |
Figura 14 Gametócitos
DPDx Parasite Image Library
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Plasmodium
falciparum: Parasitas em Estágio de Anel.
Fig. 1: Eritrócito normal; Figs. 2-10: Parasitas em anel em crescente
estágio de maturação.
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium
malariae: Parasitas em Estágio de Anel
Fig. 1: Eritrócito normal; Figs. 2-5: Anéis
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Forma em anel de sinete
Anel com duplo ponto de cromatina
Parasita em estágio de anel antigo
Eritrócito duplamente infectado
Infecções múltiplas, 6 anéis em 2 eritrócitos
Uma mulher de 41 anos asplênica, imigrante do Haiti, que retornou para
os Estados Unidos há 2 dias; Elevada parasitemia por P. falciparum
(especimen contribuída por Florida SHD).
CDC |
Plasmodium malariae: Parasitas em Estágio de Anel
Esfregaços de pacientes: Homem de 56 anos que viajou para o Kenya
(especimen contribuída por Wisconsin SHD) CDC |
Plasmodium ovale: Parasitas em Estágio de Anel
Fig. 1: Eritrócito normal; Figs. 2-5: Parasitas em estágio de anel
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium
vivax: Parasitas em Estágio de Anel
Fig. 1: Eritrócito normal; Figs. 2-6: Parasitas em Estágio de Anel
(trofozoítos jovens)
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
A
B
C
Plasmodium ovale: Parasitas em Estágio de Anel Esfregaços sanguíneos de
pacientes:
Observe os pontos de cromatina relativamente grandes. A, C: Homem de 54
anos que retornou no mês passado de uma visita ao Kenya e Malawi. P.
ovale, confirmado por PCR (especimen contribuída por New Mexico SHD). B:
Homem de 20 anos que retornou há 10 meses de uma visita a Moçambique,
Zimbawe e Swaziland; este ataque é portanto uma recidiva
(especimen contribuída por New York SHD).
CDC |
Plasmodium
vivax: Parasitas em Estágio de Anel Esfregaços sanguíneos de pacientes:
A: Anéis em 2 eritrócitos ligeiramente aumentados; Homem de 17 anos com
uma recidiva de P. vivax (confirmada por PCR), 6 meses após retornar de
uma visita a Papua New Guinea (especimen contribuída por Virginia SHD)
B: Dupla infecção com anéis, eritrócito aumentado e deformado, grânulos
de Schüffner's começando a se tornar visíveis; Mulher de 69 anos nascida
na Índia que estava assintomática no dia da chegada aos Estados Unidos
(especimen contribuída por Pennsylvania SHD) C: Anel tardio em um
eritrócito com grânulos de Schüffner; Homem de 60 anos que retornou há 2
meses de uma viagem de 3 meses ao Laos e Coréia do Norte
(especimen contribuída por Hawaii SHD) CDC |
Figura 15 Parasitas em estágio de anel
DPDx Parasite Image Library
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Plasmodium
falciparum: Esquizontes
Figs. 19-25: Esquizontes em crescente maturação; Fig. 26: Esquizonte
rompido
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium
malariae: Schizonts. Esquizontes em crescente maturação
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
A
B
Plasmodium falciparum: Esquizontes. Esfregaços de pacientes: Esquizontes
são vistos apenas raramente em malária por P. falciparum. Uma mulher de
41 anos asplênica, imigrante do Haiti, que retornou aos Estados Unidos
há 2 dias; elevada parasitemia por P. falciparum
A: Esquizonte jovem com 10 núcleos;
B: Esquizonte maduro com 24 núcleos, pronto para romper (“segmentador”)
(especimen contribuído por Florida SHD) CDC
|
A
B
C
D
Plasmodium malariae: Esquizontes. Esfregaços sanguíneos de pacientes:
Os parasitas são compactos e os eritrócitos infectados não estão
aumentados. Em C e D, os merozoítos estão arranjados em padrão tipo
roseta.
A, B, C, D: Homem de 56 anos que viajou para o Kenya
(especimen contribuída por Wisconsin SHD) CDC |
Plasmodium
ovale: Esquizontes
Esquizontes em crescente amadurecimento
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium vivax: Esquizontes
Figs. 19-27: Esquizontes em crescente maturação
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
A
B
Plasmodium ovale: Esquizontes
Esfregaços de pacientes: A, B: Homem de 54 anos que retornou no mes
passado de uma visita ao Kenya e Malawi. Infecção por P. ovale,
confirmaea por PCR
Observe a fimbriação do eritrócito em A.
(especimen contribuido por New Mexico SHD).
CDC |
A
B
C
D
E
Plasmodium vivax: Esquizontes. Esfregaços sanguíneos de pacientes:
Observe que nesses pacientes, os grânulos de Schüffner não estão
conspícuos. (Isso acontece em muitos dos esfregaços recebidos do CDC;
provavelmente se relaciona com a viabilidade de coloração.)
A, C, D, E: Uma mulher grávida que visitou a Índia 6 meses antes
(especimen contribuida por New Jersey SHD)
B: Homem de 17 anos com uma recidiva de P. vivax (confirmada por PCR)
(especimen contribuída por Virginia SHD) CDC |
Figura 16 Esquizontes
DPDx Parasite Image Library
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Plasmodium falciparum: Trofozoítos
Figs. 11-18: Trofozoítos em crescente maturação
CDC Illustrations from: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG.
The Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium malariae: Trofozoítos
Figs. 6-13: Trofozoítos em crescente maturação; Fig. 13 é uma "forma em
banda".
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
A
B
Esfregaço de camada fina de dois pacientes com elevada parasitemia: A:
Uma mulher de 41 anos asplênica, imigrante do Haiti, que retornou aos
Estados Unidos há 2 dias; elevada parasitemia por P. falciparum
(especimen contribuída por Florida SHD) CDC
B: Um paciente que adquiriu malária por transfusão de sangue e morreu
com parasitemia extremamente elevada; PCR confirmou P. falciparum; uma
das 2 células vermelhas contém 3 trofozoítos jovens, que começaram a
acumular pigmento
(especimen contribuída por Missouri SHD); CDC |
A
B
C
Plasmodium malariae: Trofozoítos. Esfregaços sanguíneos de pacientes:
Os eritrócitos infectados não estão aumentados (às vezes eles até
aparecem menores do que os não infectados). C é um trofozoíto em "forma
em banda".
A, B, C: Homem de 56 anos que viajou para o Kenya
(especimen contribuída por Wisconsin SHD) CDC |
Plasmodium ovale: Trofozoítos
Trofozoítos em crescente maturação. Observe as células vermelhas
fimbriadas
(Figs. 8, 13)
CDC Illustrations from: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG.
The Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium vivax: Trofozoítos
Figs. 8-18: Trofozoítos crescentemente maduros de P. vivax
CDC Ilustrações de: Coatney GR, Collins WE, Warren M, Contacos PG. The
Primate Malarias. U.S. Department of Health, Education and Welfare,
Bethesda, 1971 |
Plasmodium ovale: Trofozoítos.
Esfregaços de pacientes: Observe a ausência de ameboidicidade nos
trofozoítos mais velhos (B,C) e a fimbriação do eritrócito em C. Os
eritrócitos em infecções por P. ovale são menos aumentados do que por P.
vivax, e não são tão deformados. Os grânulos de Schüffner são visíveis
em A, mas não em B e C.
A: Homem de 20 anos que retornou há 10 meses de uma visita a Moçanbique,
Zimbabwe e Swaziland (especimen contribuída por New York SHD). CDC
B, C: Homem de 23 anos que chegou dos Estados Unidos há 5 meses após ter
ido à Liberia e Costa do Marfim
(specimen contributed by Kentucky SHD) CDC |
A
B
C
D
E
Plasmodium vivax: Trofozoítos.
Esfregaços sanguíneos de pacientes: Trofozoítos em crescente maturação.
Os eritrócitos estão aumentados e deformados, os parasitas são
amebóides, e os grânulos de Schüffner variam em intensidade.
A, B: Mulher de 26 anos que passou 2 semanas em Papua, Nova Guiné há 5
meses (especimen contribuída por Pennsylvania SHD) CDC
C, E: Homem de 60 anos que retornou há 2 meses de uma visita de 3 meses
ao Laos e Coréia do Norte (especimen contribuída por Hawaii SHD)
D: Mulher de 28 anos que retornou há 3 meses de uma visita de 2 semanas
ao Kenya
(especimen contribuída por Texas SHD) CDC |
Figura 17 Trofozoítos
DPDx Parasite Image Library
|
|
Figura
18
O ciclo de vida do parasita da malária envolve dois hospedeiros.
Durante a alimentação pelo sangue, um mosquito Anopheles feminino
de malária inocula esporozoítos no hospedeiro humano
.
Esporozoítos infectam células hepáticas
e maturam em esquizontes
,
os quais se rompem e liberam merozoítos
.
(Importante, em P. vivax e P. ovale um estágio inativo
[hipnozóides] podem persistir no fígado e provocar recorrência ao
invadir a corrente sanguínea semanas, ou mesmo anos mais tarde.) Após
esta replicação inicial no fígado (esquizogonia exo-eritrocítica
),
os parasitas realizam multiplicação assexual nos eritrócitos
(esquizogonia eritrocítica
).
Merozoítos infectam as células vermelhas do sangue
.
Os trofozoítos em estágio de anel maturam em esquizontes, os quais se
rompem liberando merozoítos
.
Alguns parasitas se diferenciam em estários eritrocíticos sexuais
(gametócitos)
.
Parasitas em estágio sanguíneo são responsáveis pelas manifestações
clínicas da doença
Os gametócitos, masculinos (microgametócitos) e femininos
(macrogametócitos), são ingeridos por um mosquito Anopheles
durante uma refeição sanguínea
.
A multiplicação dos parasitas no mosquito é conhecida como ciclo
esporogônico
.
Enquanto no estômago do mosquito, os microgametas penetram nos
macrogametas produzindo zigôtos
.
Os zigôtos por sua vez se tornam móveis e se alongam
(oocinetos)
os quais invadem a parêde do intestino médio do mosquito onde se
desenvolvem em oocistos
.
Os oocistos crescem, se rompem e liberam esporozoítos
,
que migram para as glândulas salivares do mosquito. A inoculação dos
esporozoítos em um novo hospedeiro humano perpetua o ciclo de vida da
malária
. CDC
DPDx Parasite Image Library
|
Ciclo de vida
Parasitas da malária são transmitidos pelo mosquito anofelino
feminino que injeta esporozoítos presentes na saliva do inseto
(Figura 18). Esporozoídos infectam células do parênquima hepático
onde permanecem dormentes (hipnozoítos) ou realizam estágios de
esquizogonia para produzir esquizontes e merogonia para produzir
merozoítos (merontes). Quando células do parênquima se rompem,
milhares de merontes são liberados no sangue e infectam as células
vermelhas. P. ovale e P. vivax infectam células
vermelhas imaturas enquanto P. malariae infecta células
vermelhas maduras. P. falciparum infecta ambas. Nas células
vermelhas, os parasitas maturam em trofozoítos. Esses trofozoítos
realizam esquizogonia e merogonia em células vermelhas que acabam
rompendo e liberando merozoítos-filhos. Alguns dos merozoítos se
transformam em gametócitos machos e fêmeas (figura 19) enquanto
outras entram nas células vermelhas para continuar o ciclo
eritrocítico. Os gametócitos são ingeridos pelo mosquito-fêmea, o
gametócito feminino se transformam em oocineto, é fertilizado, e
forma um oocisto (figura 20) no intestino. O oocisto produz
esporozoítos (esporogonia) (figura 20) que migram para a glândula
salivar e estão prontos para infectar outro hospedeiro. O ciclo no
fígado (extraeritrocítico) leva 5-15 dias enquanto que o ciclo
eritrocítico leva 48 horas ou 72 horas (P. malariae). Malária
pode ser transmitida pela transfusão e transplacentalmente.
Estágio II (central) e stágio III (em baixo à direita) gametócitos
imaturos (filme sanguíneo, montagem líquida, magnificação x1000 sob óleo
de imersão)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Estágio IV gametócito imaturo, centralmente localizado (filme sanguíneo,
montagem líquida, magnificação x400)
Cortesia de imagem do Dr. Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Estágio V gametócito maduro, mostrando morfologia característica de
salsicha, localizado centralmente (filme sanguíneo, montagem líquida,
magnificação x1000 sob óleo de imersão)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Exflagelação de (micro)gametócito macho – extrusão de microgametas
móveis, microgametas tipo flagelados com vigoroso movimento (filme
sanguíneo, montagem líquida, magnificação x1000 sob óleo de imersão)
(uma figura clara não usual deste evento metabolicamente dinâmico e
evento visualmente notável)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Figura 19 Estágios sexuais do parasita da malária Plasmodium falciparum |
Dois oocistos, dissecados da parede externa do intestino médio do
Anopheles stephensi, 10 dias após a infecção do mosquito (montagem
líquida, magnificação x400)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Oocisto único, dissecado da parede externa do intestino médio do
Anopheles stephensi, 10 dias após a infecção do mosquito (montagem
líquida, magnificação x400)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Oocisto único, dissecado da parede externa do intestino médio do
Anopheles stephensi, 10 dias após a infecção do mosquito (montagem
líquida, magnificação x1000 sob óleo de imersão)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Esporozoído em forma de arco isolado, dissecado das glândulas salivares
de Anopheles stephensi, 17 dias após a infecção do mosquito (montagem
líquida, magnificação x1000 sob óleo de imersão)
Cortesia de imagem do Dr Andrew Taylor-Robinson, University of Leeds,
UK © Dr Andrew Taylor-Robinson |
Figura 20 Estágios do desenvolvimento do Plasmodium falciparum no
mosquito vetor Anopheles |
|
FLASH MOVIE
Life
cycle of Plasmodium
WHO/Welcome Trust |
Figura 20B
IFA positivo para malária mostrando um esquizonte fluorescente
CDC
DPDx Parasite Image Library |
Sintomas
A
sintomatologia da malária depende da parasitemia, da presença do organismo em
diferentes órgãos e da carga parasitária. O período de incubação varia
geralmente entre 10-30 dias.À medida que a carga parasitária se torna
significante, o paciente desenvolve dor de cabeça, lassidão, dores nos ossos e
juntas, calafrios e febre. À medida que a doença progride, os calafrios e febre
se tornam mais proeminentes. O calafrio e febre segue um padrão cíclico
(paroxismo) com o período sintomático durando de 8-12 horas. Entre esses
períodos sintomáticos, existe um período de relativa normalidade, cuja duração
depende da espécie do parasita infectante. Este intervalo é de cerca de 34-36
horas no caso do P. vivax e P. ovale (malária terçã), e 58-60
horas no caso da P. malariae (malária quartã). O paroxismo terção
clássico é raramente visto em P. falciparum e é mais comum um pico
persistente ou um paroxismo diário.
O paroxismo
malárico é na maioria das vezes dramático e assustador. Começa com uma sensação
de calafrio que progride com o ranger de dentes, visível tremor e vasoconstrição
periférida resultando em lábios cianóticos e unhas (estágio de frio). Isso dura
cerca de uma hora. No final deste período, a temperatura do corpo começa a subir
e atinge 103-106 graus F (39- 41 graus C). A febre é associada com severa dor de
cabeça, náusea (vômito) e convulsões. O paciente experimenta euforia, e
perspiração profusa e a temperatura começa a cair. Dentro de algumas horas o
paciente sente exausão mas não fica sem sintoma e permanece sintomático até o
próximo paroxismo. Cada paroxismo é devido à rutura dos eritrócitos infectados e
liberação dos parasitas.
Sem
tratamento, todas as espécies de malária humana podem terminar com cura
espontânea, exceto pelo P. falciparum que se torna mais severo e
progressivo e termina com a morte. Este organismo causa o sequestramento da
vasculatura capilar no cérebro tecidos gastrointestinais e renais. Malária
crônica resulta em esplenomegalia, hepatomegalis e síndromes nefríticas.
Patologia
e Imunologia Sintomas de malária são devidos à liberação de números maciços de merozoí9tos na
circulação. A infecção resulta na produção de anticorpos que são eficiente na
contenção da carga parasitária. Esses anticorpos são contra merozoítos e
esquizontes. A infecção também resulta na ativação do sistema
retículo-endotelial (fagócitos). Os macrófagos ativados ajudam na destruição de
eritrócitos infectados (modificados) e merozoótos cobertos com anticorpos. A
imunidade mediada por células também pode desenvolver e ajudar na eliminação dos
eritrócitos infectados. A infecção por malária está associada com
imunossupressão.
Diagnose A diagnose é baseada nos sintomas e detecção do parasita em esfregaços
sanguíneos corados com Giemsa. Existem também testes de anticorpos (Figura 20B).
Tratamento e Contrôle
O
tratamento é eficiente com vários derivados de quinina (sulfato de quinina,
cloroquina, meflaquina e primaquina, etc). Resistência a droga, particularmente
do P. falciparum e até certo ponto do P. vivax é um grande
problema. Medidas de contrôle são a erradicação dos mosquitos anofelinos
infectados. Vacinas estão sendo desenvolvidas e tentadas mas nenhuma está
disponível ainda para uso rotineiro.
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DESCRIÇÃO DE CASO
Provação de um Viajante com Malária Severa: Uma estória de cautela
CDC |
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BABESIOSE
Etiologia
Babesia
microti
é o único membro do gênero que infecta o homem.
Morfologia
O trofozoíto é muito semelhante à forma em anel das espécies de
Plasmodium (figura 21A e B).
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RECURSOS DA WEB
Babesiose - CDC |
Ciclo de vida
O
organismo (esporozoíto) é transmitido por um carapato e entra na
célula vermelha onde realiza mitose e os organismos (merozoítos) são
liberados para infectar outras células vermelhas. Carrapatos
adquirem o organismo durante a alimentação em um indivíduo
infectado. No carrapato, o organismo se divide sexualmente no
intestino e migram para a glândula salivar (figura 21C).
Sintomas
Babesiose está associada com anemia hemolítica, icterícia, febre e
hepatomegalia, normalmente 1-2 semanas após a infecção.
Diagnose
Diagnose é baseada nos sintomas, história do paciente e detecção do
parasita intraeritrocítico no paciente ou transferência de sangue em
hamsters normais que podem ser intensamente parasitados.
Tratamento e Contrôle
Drogas de escolha são clindamicina combinada com quinina. O paciente
pode se recuperar espontaneamente. Deve-se evitar exposição a
carrapatos e, se mordido, remover o carrapato com a pele
imediatamente.
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FigurA 21A
Infecção por Babesia microti, Esfregaço de camada delgada corado com
giemsa. Os organismos lembram Plasmodium falciparum; entretanto
parasitas de Babesia apresentam alguns aspectos distinguíveis: eles
variam mais em forma do que em tamanho; e eles não produzem pigmento. Um
homem de 67 anos, status de pós-esplenectomia, infecção provavelmente
adquirida em Long Island (Nova York)
CDC |
Figura
21B Infecção por Babesia. Esfregaços corados com Giemsa. Observe a tétrade
(lado esquerdo da imagem), uma forma em divisão patognomônica para
Babesia. Uma menina de 6 anos, status pós esplenectomia para
esferocitose hereditária, infecção adquirida nos Estados Unidos.
CDC
Figura 21C
O ciclo de Babesia microti envolve dois hospedeiros, que incluem
um roedor, primariamente o rato da pata branca americano, Peromyscus
leucopus. Durante um repasto sanguíneo, um carrapato infectado por
Babesia introduz esporozoítos no rato hospedeiro
.
Esporozoítos entram nos eritrócitos e realizam reprodução assexual
(brotamento)
.
No sangue, alguns parasitas diferenciam em gametas masculinos e
femininos, embora esses não possam ser distinguíveis a nível de
microscopia ótica
.
O hospedeiro definitivo é um carrapato, neste caso um carrapato de
veado, Ixodes dammini (I. scapularis). Uma vez ingerido
por um carrapato apropriado ,
os gametas se unem e realizam o ciclo esporogônico resultando em
esporozoítos
.
Transmissão transovariana (também conhecida como transmissão vertical ou
hereditária) tem sido documentada em Babesia spp “grande” mas não
na babesia “pequena”, tais como B. microti
.
Humanos entram no ciclo quando picados pelos carrapatos infectados.
Durante um repasto sanguíneo, um carrapato de Babesia infectado
introduz esporozoítos no hospedeiro humano
.
Esporozoítos entram nos eritrócitos
e realizam replicação assexual (brotamento)
.
Multiplicação dos parasitas no estágio sanguíneo é
responsável pelas manifestações clínicas da doença. Humanos são, para
todos os efeitos práticos, os hospedeiros beco-sem-saída e existem
provavelmente poucas, se existirem, transmissões subsequentes que
ocorrem do repasto de carrapatos em pessoas infectadas. Entretanto,
transmissões humano para humano são bem reconhecidas ocorrento em
transfusões de sangue
.
Observe:
Veados são os hospedeiros em que carrapatos adultos se alimentam e são
indiretamente parte do ciclo de Babesia cycle visto que eles
influenciam na população de carrapatos. Quando a população de veados
aumenta, a população de carrapatos também aumenta, aumentando assim o
potencial de transmissão.
CDC
DPDx
Parasite Image Library
Figura 21D
Filme de sangue em camada delgada de formas em anel de B. microti
ring com um típica cruz de Malta (quatro anéis formando cruz).
© MicrobeLibrary and Lynne Garcia, LSG & Associates
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Figura 22
Membros da família dos gatos (Felidae) são os únicos hospedeiros
definitivos conhecidos para os estágios sexuais do T. gondii e
porisso são os principais reservatórios da infecção. Gatos se infectam
com o T. gondii por carnivorismo (1). Após os cistos do tecido
serem ingeridos pelo gato, organismos viáveis são liberados e invadem as
células epiteliais do intestino delgado onde eles realizam um ciclo
assexual seguido de um sexual e depois formam oocistos, que são então
excretados. O oocisto não esporulado leva 1 a 5 dias após a excreção
para esporular (torna-se infectivo). Embora gatos liberem oocistos
durante apenas 1 a 2 semanas, um grande número é liberado. Oocistos
podem sobreviver no meio ambiente por vários meses e são bastante
resistentes a desinfetantes, congelamento e ressecamento, mas são mortos
pelo calor a 70°C por 10 minutos.
A infecção humana pode ocorrer de algumas maneiras: A) ingestão de carne
infectada contendo cistos de Toxoplasma (2); B) ingestão do
oocisto em mãos contaminadas ou no alimento (3); C) transplante de órgão
ou transfusão de sangue; D) transmissão transplacentária; E) inoculação
acidental de taquizoítos. Os parasitas formam cistos no tecido, mais
comumente em músculo esquelético, miocárdio e cérebro; esses cistos
permanecem durante a vida do hospedeiro.
CDC
DPDx
Parasite Image Library |
TOXOPLASMOSE
Etiologia
Toxoplasma gondii
é o organismo
responsável pela toxoplasmose
Epidemiologia
Toxoplasma tem distribuição mundial e 20%-75% da população é soropositiva sem
nenhum episódio sintomático. Entretanto, a infecção impõe uma séria ameaça em
indivíduos imunodeprimitos e em mulheres grávidas.
Morfologia
Os
parasitas intracelulares (taquizoítos) são organismos de 3x6 micra, em forma de
pêra que estão fechados em uma membrana do parasita para formar um cisto medindo
10-100 micra de tamanho. Cistos nas fezes de gatos (oocistos) têm 10-13 micra de
diâmetro (figure 22).
Ciclo de
vida
O
ciclo de vida natural de T. gondii ocorre em gatos e em pequenos
roedores, embora o parasita possa crescer em órgãos (cérebro, ôlho, músculo
esquelético, etc.) de qualquer mamífero ou pássaros (Figura 22). Gatos se
infectam pela ingestão de cistos na carne. Desencistamento ocorre no intestino
delgado, e os organismos penetram nas células epiteliais submucosas onde
realizam algumas gerações de mitose, resultando finalmente no desenvolvimento de
gametócitos microgametócitos (masculinos) e macrogametócitos (femininos).
Macrogametócitos fertilizados se desenvolvem em oocistos que são descarregados
na luz do intestino e excretados. Oocistos esporulam no ambiente aquecido e são
infecciosos para uma variedade de animais incluindo roedores e homem.
Esporozoítos liberados do oocisto no intestino delgado penetram na mucosa
intestinal e migram na direção de macrófagos onde eles se dividem muito
rapidamente (daí o nome taquizoítos) (figura 23) e formam um cisto que pode
ocupar a célula inteira. As células infectadas finalmente se rompem e liberam os
taquizoítos para entrarem em outras células, incluindo células musculares e
nervosas, onde eles são protegidos do sistema imune do hospedeiro e se
multiplicam lentamente (bradizoítos). Esses cistos são infecciosos para
carnívoros (incluindo o homem). A menos que o homem seja comido por um gato, ele
é o hospedeiro beco-sem-saída.
Simtomas
Embora a infecção pelo Toxoplasma seja comum, ela raramente produz sintomas em
indivíduos normais. Suas consequências sérias são limitadas a mulheres grávidas
e hospedeiros imunodeficientes. Infecções congênitas ocorrem em cerca de 1-5 por
1000 gravidezes das quais 5-10% resultam em abôrtos e 8-10% resultam em sérias
lesões no cérebro e ôlho do feto. 10-13% dos bebês terão problemas visuais.
Embora 58-70% das mulheres infectadas irão dar à luz crianças normais, uma
pequena proporção de bebês irão desenvolver retinocordite ativa ou retardo
mental na infância ou na idade jovem-adulta. Em adultos imunocompetentes,
toxoplasmose pode produzir sintomas como os de gripe, às vezes associados com
linfadenopatia. Em indivíduos imunocomprometidos, a infecção resulta em
parasitemia generalizada com envolvimento do cérebro, fígado, pulmão e outros
órgãois, e frequentemente a morte.
Imunologia
Respostas imunes tanto humorais como mediada por células são estimuladas em
indivíduos normais. A imunidade mediada por célula é protetiva e a resposta
humoral é de valor diagnóstico.
Diagnose
Suspeita de toxoplasmose pode ser confirmada pelo isolamento do organismo em
biópsias de amídalas ou glândula linfática.
Tratamento
Infecções agudas se beneficiam de pirimetamina ou sulfadiazina. Espiramicina é
uma alternativa bem sucedida. Mulheres grávidas são aconselhadas a evitar fezes
de gatos e a tomar cuidado com carne não cozida ou mal cozida.
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Figura
23
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Figura
23A
Toxoplasma gondii em material de lavagem broncoalveolar (BAL) de um
paciente infectado pelo HIV. Numerosos trofozoítos (taquizoítos) podem
ser vistos que são típicamente na forma de lua crescente com um núcleo
proeminente, localizado centralmente. A maioria dos taquizoítos são
livres, alguns estão ainda associados com as células broncopulmonares.
CDC
Figura
23B
Toxoplasma gondii em tecido de um gato.
CDC
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PNEUMONIA PNEUMOCÍSTICA
Pneumocystis jiroveci (anteriormente conhecido como Pneumocystis
carinii)
Pneumocystis jiroveci era inicialmente considerado como sendo um
protozoário mas agora é reconhecido como um fungo. Ele é incluido aqui
porque a pneumonia pneumocística é frequentemente descrita como uma
doença parasitária oportunística.
Pneumonia pneumocística é uma infecção de indivíduos imunossuprimidos e
é particularmente vista em pacientes com AIDS. O organismo é
pleomórfico, exibindo, em vários estágtios do seu ciclo de vida:
esporozoítos de 1-2 micra, trofozoítos de 4-5 micra e cistos de
6-8 micra. Ela se espalha de pessoa a pessoa em gotículas na tosse. A
infecção em indivíduos imunossuprimidos resulta em pneumonia
intersticial caracterizada pelo septo alveolar espessado infiltrado com
linfócitos e células plasmáticas. A pneumonia está associada com febre,
taquipnéia, hipóxia, cianose e asfixia. Diagnose é baseada no isolamento
de organismos dos pulmões afetados.
Trimetroprim-sulfametoxazol é o tratamento de escolha (figura 24).
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Figura
24A
Trofozoítos de Pneumocystis jiroveci em material de lavagem
bronco-alveolar (BAL). Coloração pelo Giemsa. Os trofozoítos são
pequenos (tamanho: 1-5 µm), e apenas seus núcleos, corados em púrpura,
são visíveis (setas).
Paciente de AIDS visto em Atlanta, Georgia
CDC
Figura
24 B e C
Cistos de Pneumocystis jiroveci B. 3 cistos am material broncoalveolar, coloração por Giemsa; os cistos
redondos (tamanho 4-7 µm) contém 6-8 corpos intracísticos, cujos núcleos
estão corados por Giemsa; as paredes dos cistos não estão coradas;
observe a presença de vários trofozoítos isolados menores. C. cistos em tecido pulmonar, coloração por prata; as paredes dos cistos
estão coradas em prêto; os corpos intracísticos não estão visíveis nesta
coloração; bebê que morreu com pneumonia na California.
CDC
Figure 24D
Este é um ciclo de vida generalizado proposto por John J. Ruffolo, Ph.D.
(Cushion, MT, 1988) para as várias espécies de Pneumocystis.
Esses fungos são encontrados em pulmões de mamíferos onde eles residem
sem causar infecção evidente até que o sistema imune do hospedeiro se
torne debilitado. Daí, uma pneumonia frequentemente letal pode aparecer.
Fase assexual: formas tróficas
replicam por mitose
a
.
Fase sexual: conjugado de formas tróficas haplóides
e produzem um zigôto ou esporócito (cisto inicial)
.
O zigôto realiza meiose e subsequente mitose para produzir oito núcleos
haplóides (cisto em fase tardia)
.
Esporos exibem diferentes formas (tais como esféricas e formas
elongadas). É postulado que a elongação dos esporos precede a
liberação da capa do esporo. Acredita-se que a liberação ocorre através
de uma abertura na parede celular. Após a liberação, a capa do esporo
vazia geralmente desmorona, mas mantém algum citoplasma residual
.
Um estágio trófico, onde os organismos provavelmente se multiplicam por
fissão binária é também reconhecido como existente. O organismo causa
doença em indivíduos imunossuprimidos. Pneumocystis
stages were reproduced from a drawing by Dr. John J. Ruffolo, South
Dakota State University, USA.
Reproduced by permission of Arnold and Dr. Ruffolo. Thanks to Dr.
Melanie T. Cushion for her comments on the life cycle text. References:
Ruffolo JJ. Pneumocystis carinii Cell Structure. In: Walzer, PD,
editor. Pneumocystis carinii Pneumonia. 2nd ed. Marcel Dekker;
1994. p. 25-43. Cushion MT, Ruffolo JJ, Walzer PD. Analysis of the developmental stages
of Pneumocystis carinii in vitro. Lab Invest 1988;58:324-331.
CDC
DPDx
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PROTOZOÁRIOS PARASITÁRIOS
FACULTATIVOS
Esses são
amebas de vida livre que ocasionalmente causam doenças humanas sérias. Eles são
de significado particular em hospedeiros imunocomprometidos.
Negleria
fowleri Este organismo é um flagelado que habitam águas mornas (spas, fontem térmicas,
piscinas quentes, etc.) e ganham acesso via passagem nasal para o cérebro e
causa encefalite (figura 25)
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Figura
25
A Trofozoítos de Naegleria fowleri, cultivados do fluido cerebroespinhal.
Essas células têm caracteristicalmente núcleo grande, com um grande
cariossoma escuro. A ameba é muito ativa e extende e retrai pseudópodos.
Coloração pelo Tricromo. De um paciente que morreu de meningoencefalite
amebiana em Virginia.
CDC
Figura 25B Trofozoíto de Naegleria fowleri em fluito espinhal. Coloração pelo
tricromo. Observe o cariossomo tipicamente grande e a locomoção
monopodial. Imagem contribuída por Texas SHD.
CDC
Figura
25C Histopatologia de meningoencefalite amebiana devido a Naegleria fowleri.
Coloração direta por anticorpo fluorescente.
CDC/Dr. Govinda S. Visvesvara gsv1@cdc.gov
Figura
25D Histopatologia de infecção no cérebro por Naegleria.
CDC
Figura 25E
Amebas de vida livre pertencentes aos gêneros
Acanthamoeba, Balamuthia e Naegleria são causas importantes de doenças em
humanos e animais. Naegleria fowleri produz um doença do sistema
nervoso central (CNS) aguda, e normalmente letal chamada primariamente
de meningoencefalite amebiana (PAM). N. fowleri tem três
estágios, cistos
,
trofozoítos
,
e formas flageladas
,
no seu ciclo de vida. Os trofozoítos replicam por promitose (membrana
nuclear permanece intacta)
.
Naegleria fowleri
é encontrada em água fresca, solo, efluentes térmicos de usinas
elétricas, piscinas aquecidas, piscinas de hidroterapia, aquários, e
esgôtos. Os trofozoítos podem se transformar em formas flageladas
temporárias que normamente revertem ao estágio de trofozoíto.
Trofozoítos infectam humanos ou animais ao entrarem no neuroepitélio
olfativo
e atingindo o cérebro. Trofozoítos de
N. fowlerisão encontrados no
fluido cerebroespinhal (CSF) e tecido, enquanto as formas flageladas
são encontradas no CSF.
Acanthamoeba
spp. e Balamuthia mandrillaris são amebas oportunísticas de vida
livre capazes de causar encefalite amebiana granulomatosa (GAE) em
indivíduos com sistema imune comprometido.
Acanthamoeba
spp.
Têm sito encontradas no solo, água fresca, água salobra e água do mar,
esgôto, piscinas, equipamentos de lentes de contato, piscinas
medicinais, unidades de tratamento dentário, máquinas de diálise,
sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, culturas
celulares de mamíferos, vegetais, narina e garganta humana, cérebro
humano e de animais, pele e tecidos pulmonares. B. mandrillaris
entretando, não foi isolada do ambiente mas tem iso isolada de
espécimens de autópsia de humanos e animais infectados. Contrariamente
ao N. fowleri, Acanthamoeba e Balamuthia tem dois
estágios, cistos
e trofozoítos
,
no seu ciclo de vida. Nenhum estágio flagelado existe como parte do
ciclo de vida. Os trofozoítos replicam por mitose (a membrana nuclear
não permanece intacta)
.
Os trofozoítos são as formas infectivas e se acreditam que elas ganhem
entrada no corpo através do trato respiratório inferior, pele ulcerada
ou cortada e invade o sistema nervoso central por disseminação
hematógena
.
Cistos de
Acanthamoeba spp. e Balamuthia
mandrillaris são encontrados em tecidos.
CDC
DPDx
Parasite Image Library
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A
B
Figura 26
Ceratite por Acanthamoeba sp. A: Biópsia mostrando um cisto; B: cisto em
maior magnificação, com uma forma característica, em curetagem de
córnea.
CDC |
Acantameba
Algumas espécies de vida livre de Acanthamoeba são patogênicas para o
homem. Elas normalmente residem no solo e podem infectar crianças que
engolem coisas sujas enquanto brincam no chão. Em indivíduos normais, a
infecção pode causar doença amena (faringite) ou permanece
assintomática, mas em indivíduos imunodeficientes, o organismo pode
penetrar na mucosa do esôfago e atingir o cérebro onde causa encefalite
granulomatosa (figura 26).
Sumário |
Organismo |
Transmissão |
Doença / sintomas |
Diagnose |
Tratamento |
Trypanosoma
brucei
|
Môsca tsé-tsé |
Doença do sono; parada cardíaca |
Hemoflagelado no sangue ou nódulos linfáticos. |
Estágio sanguíneo: Suramin ou isetionato de petamidina |
T.
cruzi |
Reduvídeo (barbeiro). |
Doença de Chagas: megacólon, parada cardíaca.
|
Hemoflagelado no sangue ou tecido. |
CNS: melarsoprol
Nifurtimox e Benznidazol. |
Leishmania
donovani |
Mosquito da areia |
Leishmaniose visceral, lesões de pele granulomatosas. |
Intracelular (macrófagos) corpos leishmânicos.
|
Pentosam; isetionato de pentamidina. |
L.
tropica |
Mosquito da areia |
Lesões cutâneas. |
Igual a L. donovani. |
Igual a L. donovani. |
L.
braziliensis |
Mosquito da areia |
Lesões mucocutâneas. |
Igual a L. donovani. |
Igual a L. donovani. |
Plasmodium
falciparum
P. ovale, P. malariae and P. vivax |
Mosquito anofelino fêmea.
|
Paroxismo malárico: ciclos de calafrios, febre, dor de cabeça, náusea.
|
Plasmodios em células vermelhas do sangue, típicos da espécie envolvida. |
Derivados de quinino
Proguanil
Lariam |
Babesia
microti
|
Carrapato |
Anemia hemolítica, icterícia e febre |
Organismo típico (Cruz de Malta) nas células vermelhas do sangue. |
Nenhum; cura por si mesmo. |
Toxoplasma
gondii |
Oral de material fecal de gato;
ou carne |
Adulto: tipo gripe;
congênito: abôrto, cegueira neonatal e neuropatias. |
Intracelular (em macrófagos) taquizoítos. |
Sulfonamidas, pirimetamina, possivelmente espiramicina (não-FDA).
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Pneumocystis
jiroveci |
Gotículas na tosse |
Pneumonia
|
Pneumocistos no escarro. |
Trimetroprim e sulfametoxazol. |
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