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IMUNOLOGIA – CAPÍTULO TRÊS
ANTÍGENOS
Dr. Gene Mayer
Professor Emeritus
University of South Carolina School of Medine
Tradução:
PhD. Myres Hopkins
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EM INGLÊS
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EN ESPANOL -
SPANISH |
SHQIP - ALBANIAN |
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DR MYRES HOPKINS |
ESCOLA DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DA CAROLINA DO SUL |
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OBJETIVOS
Comparar e diferenciar imunógeno, antígeno e hapteno
Descrever os fatores que influenciam a imunogenicidade
Definir a natureza química dos imunógenos
Comparar as estruturas de antígenos T-independentes e T dependentes
Introduzir o conceito de conjugados carreador-haptenos e descrever suas
estruturas
Caracterizar determinantes antigênicos
Introduzir o conceito de superantígenos
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DEFINIÇÕES
Imunógeno
Uma substância que induz uma resposta imune específica.
Antígeno (Ag)
Uma substância que reage com os produtos de uma resposta imune específica.
Hapteno
Uma substância que não é imunogênica, mas que pode reagir com os produtos de
uma resposta imune específica. Haptenos são pequenas moléculas que jamais
poderiam induzir uma resposta imune quando administradas sozinhas, mas que
podem quando acopladas a uma molécula carreadora. Haptenos livres,
entretanto, podem reagir com produtos da resposta imune depois que tais
produtos são lançados. Haptenos têm a propriedade de antigenicidade, mas não
imunogenicidade.
Epitopo ou Determinante Antigênico
Aquela porção de um antígeno que combina com os produtos de uma resposta
imune específica.
Anticorpo (Ab)
Uma proteína específica que é produzida em resposta a um imunógeno e que
reage com um antígeno.
FATORES QUE INFLUENCIAM A IMUNOGENICIDADE
Contribuição do Imunógeno
Estranheza
O
sistema imune normalmente discrimina entre o próprio e não próprio de
modo que somente moléculas estranhas são imunogênicas.
Tamanho
Não há um tamanho absoluto acima do qual uma substância será imunogênica.
Entretanto, em geral, quanto maior a molécula mais imunogênica ela poderá
ser.
Composição Química
Em geral, quanto mais complexa quimicamente a substância for mais
imunogênica ela será. Os determinantes antigênicos são criados pela
sequência primária dos resíduos no polímero e/ou pela estrutura secundária,
terciária ou quaternária da molécula.
Forma física
Em geral antígenos particulados são mais imunogênicos do que os solúveis e
antígenos denaturados mais imunogênicos do que a forma nativa.
Degradabilidade
Antígenos que são facilmente fagocitados são geralmente mais imunogênicos.
Isso é porque para a maioria dos antígenos (antígenos T-dependentes, ver
abaixo) o desenvolvimento de uma resposta imune exige que o antígeno seja
fagocitado, processado e apresentado a células T auxiliares por uma célula
apresentadora de antígeno (APC).
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PALAVRAS-CHAVE
Imunógeno
Antígeno
Hapteno
Epitopo
Determinante antigênico
Anticorpo
Antígeno T-independente
Antígeno T-dependente
Conjugado carreador-hapteno
Determinante nativo
Determinante haptênico
Superantígeno |
Contribuição do Sistema Biológico
Fatores Genéticos
Algumas
substância são imunogênicas em uma espécie, mas não em outra.
Similarmente, algumas substâncias são imunogênicas em um indivíduo, mas
não em outros (isto é, responsivos e não responsivos). As espécies ou
indivíduos podem ser desprovidos ou terem alterados genes que codificam
para os receptores de antígeno nas células B e T ou eles podem não ter
os genes apropriados necessários para a APC apresentar o antígeno às
células T auxiliares.
Idade
Idade
também influencia a imunogenicidade. Usualmente os muito jovens e os
muito idosos têm diminuída a habilidade de montar uma resposta imune em
resposta a um imunógeno.
Método de Administração
Dose
A dose
de administração de um imunógeno pode influenciar sua imunogenicidade.
Há uma dose de antígeno acima ou abaixo da qual a resposta imune não
será ótima.
Via
Geralmente a via subcutânea é melhor que a via intravenosa ou
intragástrica. A via de administração do antígeno também pode alterar a
natureza da resposta.
Adjuvantes
Substâncias que podem aumentar a resposta imune a um antígeno são
chamadas adjuvantes. O uso de adjuvantes, entretanto, é freqüentemente
prejudicado pelos efeitos colaterais como febre e inflamação.
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NATUREZA QUÍMICA DOS IMUNÓGENOS
Proteínas
A
grande maioria dos imunógenos são proteínas. Estas podem ser proteínas puras
ou elas podem ser glicoproteínas ou lipoproteínas. Em geral, proteínas são
usualmente muito bons imunógenos.
Polissacarídeos
Polissacarídeos puros e lipopolissacarídeos são bons imunógenos.
Ácidos Nucleicos
Ácidos nucleicos são usualmente pobremente imunogênicos . Entretanto, eles
podem se tornar imunogênicos quando em fita simples ou quando complexado com
proteínas.
Lipídios
Em geram lipídios são não-imunogênicos, embora eles possam ser haptenos.
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Figura
1
Em um antígeno, o mesmo determinante antigênico repetido muitas vezes
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TIPOS DE ANTÍGENOS
Antígenos
T-independentes
Antígenos T-independentes são antígenos que podem estimular diretamente as
células B a produzirem anticorpos sem a necessidade da célula T auxiliar. Em
geral, polissacarídeos são antígenos T-independentes. As respostas a esses
antígenos diferem das respostas a outros antígenos.
Propriedades dos antígenos T-independentes
Estrutura polimérica
Esses antígenos são caracterizados pelo mesmo determinante antigênico
repetido muitas vezes como ilustrado na Figura 1.
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Ativação policlonal de células B
Muitos
desses antígenos pode ativar clones de células B específicos para outros
antígenos (ativação policlonal). Antígenos T-independentes podem ser
subdivididos em Tipo 1 e Tipo 2 baseado nas suas habilidades de ativar
policlonalmente células B. Antígenos T-independentes Tipo 1 são
ativadores policlonais enquanto Tipo 2 não é.
Resistência a degradação
Antígenos T-independentes são geralmente mais resistentes a degradação e
assim eles persistem por períodos de tempo mais prolongados e continuam
a estimular o sistema imune.
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Figura 2
Antígenos T-dependentes são caracterizados por algumas cópias de muitos
determinantes antigênicos diferentes |
Antígenos T-dependentes
Antígenos T-dependentes são aqueles que não estimulam diretamente a
produção de anticorpos sem a ajuda das células T. Proteínas são
antígenos T-dependentes. Estruturalmente esses antígenos são
caracterizados por algumas cópias de determinantes antigênicos muito
diferentes como ilustrado na Figura 2.
CONJUGADOS CARREADOR-HAPTENOS
Definição
Conjugados carreador-haptenos são moléculas imunogênicas às quais
haptenos se acoplam covalentemente. A molécula imunogênica é chamada
carreador.
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Figura 3
Conjugados carreador-haptenos têm determinantes antigênicos nativos do
carreador e também novos determinantes do hapteno |
Estrutura
Estruturalmente esses conjugados são caracterizados por possuir
determinantes antigênicos do carreador nativos, assim como novos
determinantes criados pelo hapteno (determinantes haptênicos) como
ilustrado na Figura 3. O determinante então criados pelo hapteno
consiste no hapteno e alguns dos resíduos adjacentes, embora o
anticorpo produzido ao determinante irá reagir também com o hapteno
livre. Em tais conjugados o tipo de carreador determina se a
resposta será T-independente ou T-dependente.
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Figura
4
Determinantes antigênicos são usualmente limitados àquelas porções do
antígeno que são acessíveis a anticorpos mostrados em preto para esta
proteína contendo ferro |
DETERMINANTES ANTIGÊNICOS
Determinantes reconhecidos pelas células B
Composição
Determinantes antigênicos reconhecidos pelas células B e os anticorpos
secretados pelas células B são criados pela seqüência primária de resíduos
no polímero (linear ou determinantes de seqüência) e/ou pela
estrutura da molécula secundária, terciária ou quaternária (determinantes
conformacionais).
Tamanho
Em geral determinantes antigênicos são pequenos e são limitados a
aproximadamente 4-8 resíduos (aminoácidos ou açúcares). O sítio de
combinação do anticorpo acomoda um determinante antigênico de
aproximadamente 4-8 resíduos.
Número
Embora, em teoria, cada 4-8 resíduos possa constituir um determinante
antigênico em separado, na prática, o número de determinantes antigênicos
por antígeno é muito menor do que o teoricamente possível. Usualmente os
determinantes antigênicos são limitados àquelas porções do antígeno que são
acessíveis a anticorpos como ilustrado na Figura 4 (determinantes
antigênicos estão indicados em preto).
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Determinantes reconhecidos por células T
Composição
Determinantes antigênicos reconhecidos por células T são criados pela
seqüência primária de aminoácidos em proteínas. Células T não reconhecem
antígenos de polissacarídeos ou de ácidos nucleicos. É por essa ração
que polissacarídeos são geralmente antígenos T-independentes e proteínas
são geralmente antígenos T-dependentes. Os determinantes não devem estar
localizados na superfície exposta do antígeno uma vez que o
reconhecimento do determinante pelas células T requer que o antígeno
seja degradado proteoliticamente em peptídeos menores. Peptídeos livres
não são reconhecidos pelas células T, ao invés disso os peptídeos se
associam com moléculas codificadas pelo complexo maior de
histocompatibilidade (MHC) e é o complexo de moléculas do MHC + peptídeo
que é reconhecido pelas células T.
Tamanho
Em geral
determinantes antigênicos são pequenos e são limitados a aproximadamente
8-15 aminoácidos.
Número
Embora,
em teoria, cada 8-15 resíduos possa constituir um determinante
antigênico em separado, na prática, o número de determinantes
antigênicos por antígeno é muito menor do que é teoricamente possível.
Os determinantes antigênicos são limitados a aquelas porções do antígeno
que pode ligar a moléculas MHC. É por isso que há diferenças nas
respostas de indivíduos diferentes.
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Figura
5
Superantígenos ativam grande parte das células T ao contrário dos
antígenos T-dependentes convencionais |
SUPERANTÍGENOS
Quando o
sistema imune encontra um antígeno T-dependente convencional, somente
uma pequena fração (1 em 104 -105) da população de
célula T é capaz de reconhecer o antígeno e se tornar (resposta
monoclonal/oligoclonal). Entretanto, há alguns antígenos que ativam
policlonalmente uma grande fração de células T (até 25%). Esses
antígenos são chamados superantígenos (Figura 5).
Exemplos
de superantígenos incluem: Endotoxinas estafilocócicas (intoxicação
alimentar), toxina de choque tóxico estafilocócico (síndrome de choque
tóxico), toxinas de esfoliação estafilocócica (síndrome da pele
escaldada) e exotoxinas pirogênicas estreptocócicas (choque). Embora
superantígenos bacterianos são os mais bem estudados há superantígenos
associados com vírus e outros microrganismos também.
As
doenças associadas com a exposição a superantígenos são, em parte,
devidas à hiper ativação do sistema imune e subseqüente liberação de
citocinas biologicamente ativas pelas células T ativadas.
DETERMINANTES RECONHECIDOS PELO SISTEMA IMUNE INATO
Determinantes reconhecidos pelos componentes do sistema imune inato (não
específico) difere daqueles reconhecidos pelo sistema imune adaptativo
(específico). Anticorpos, e receptores de células B e T reconhecem
determinantes separados e demonstram um elevado grau de especificidade,
permitindo o sistema imune adaptativo reconhecer e reagir a um patógeno
particular. Contrariamente, componentes do sistema imune inato
reconhecem padrões moleculares variados encontrados em patógenos, mas
não no hospedeiro. Dessa forma, eles são desprovidos do elevado grau de
especificidade vista no sistema imune adaptativo. Os padrões moleculares
variados reconhecidos pelo sistema imune inato é chamado PAMPS (padrões
moleculares associados a patógenos) e os receptores de PAMPS são
chamados PRRs (padrões de reconhecimento de receptores). Um PRR
particular pode reconhecer um padrão molecular que deve estar presente
em uma quantidade de patógenos diferentes permitindo o receptor a
reconhecer uma variedade de patógenos diferentes. Exemplos de alguns
PAMPs e PRRs estão ilustrados na Tabela 1.
Tabela 1 Exemplos de padrões moleculares associados a patógenos
e seus receptores |
PAMP |
PRR |
Consequências Biológicas da Interação |
Componentes da parede celular microbiana |
Complemento |
Opsonização, Ativação do complemento |
Carboidratos contento manose |
Proteínas ligadoras de manose |
Opsonização Ativação do complemento |
Poliânions |
Receptores scavenger |
Fagocitose |
Lipoproteínas de bactéria Gram+
Componentes de parede celular de leveduras |
TLR-2 (Receptor tipo toll-2) |
Ativação de macrófago, secreção de citocinas inflamatórias |
RNA de fita dupla |
TLR-3 |
Produção de interferon (antiviral) |
LPS (lipopolissacarídeo de bactéria Gram negativa) |
TLR-4 |
Ativação de macrófago, secreção de citocinas inflamatórias |
Flagelina (flagelo bacteriano) |
TLR-5 |
Ativação de macrófago, secreção de citocinas inflamatórias |
RNA viral de fita simples rico em U |
TLR-7 |
Produção de interferon (antiviral) |
DNA contendo CpG |
TLR-9 |
Ativação de macrófago, secreção de citocinas inflamatórias |
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